MISSÃO INTERNACIONAL: Cooperativistas brasileiros participam de capacitação em liderança disruptiva no ramo transporte, em Tel Aviv

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Os cooperativistas brasileiros em missão por Israel participaram, nessa quarta-feira (09/11), de uma capacitação em liderança disruptiva no setor de transporte. A formação, ocorrida na Lahav Executive Education – School of Management, em Tel Aviv, foi conduzida por Marina Naomi Smolyanov, palestrante de Inovação, Comunicação Criativa, Storytelling, Estratégias de Gestão, Treinamento de Liderança e Empreendedorismo para a nova era.

Reflexões - Durante o treinamento, Marina levantou várias questões para reflexão, entre as quais, sobre a disrupção que o sistema de transporte deve sofrer para continuar atrativo aos seus operadores. Também tratou sobre a habilidade de inovar que os ocupantes de cargos de liderança devem desenvolver. “Junto com estas reflexões, ela fez um comparativo sobre o motivo de Israel ser conhecido como a ‘Nação das Startups’. Lembrou que, para ter êxito nos projetos, é necessário se envolver de corpo e alma e não ter medo de errar e/ou ter atitudes punitivas caso, por alguma circunstância, o trabalho não venha a ter êxito”, relata o coordenador de Monitoramento do Sescoop/PR, João Gogola Neto, que faz parte da viagem técnica.

Exército - Marina explicou que esta é a filosofia do treinamento dado aos jovens pelo exército israelense. Por isso, após o tempo obrigatório militar (três anos para homens e dois para as mulheres), grande parte desses jovens tentam empreender sem medo de errar. Este é um dos fatores que levaram o país a ter um grande volume de startups.

Recursos e dinâmica- Outro fator é a disponibilização de recursos financeiros para apoiar os projetos inovadores. “De acordo com a palestrante se os líderes do transporte não estiverem dispostos a investir nesta disrupção, não verão o segmento se desenvolver no Brasil na mesma tendência mundial”, complementou Gogola. Na parte da tarde, foi realizada uma dinâmica destinada a demonstrar aos participantes que, para criar, é preciso ter uma boa comunicação e registro de um projeto.

Embaixada - Em Tel Avi, o grupo esteve reunido com representantes da Embaixada Brasileira em Israel, entre os quais Lincoln Bernardes Júnior, ministro-conselheiro, e Regina P. Wiadacz, oficial de Comércio e Economia. O ministro discorreu sobre economia israelense que, nos últimos 10 meses de 2022, acumula saldo próximo a US$ 3,5 bilhões no relacionamento comercial com o Brasil, o que representa um valor 50% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. Os principais produtos importados de Israel com origem brasileira são, respectivamente: petróleo, carne bovina, soja e milho. No caso do milho, as aquisições cresceram mais de 500% nos últimos três anos. Por outro lado, o país exporta para o Brasil fertilizantes e produtos de tecnologia com valor agregado.

Político - Lincoln afirmou que existe ainda um acordo bilateral político, para a prestação de serviços de segurança cibernética e de ciência e tecnologia. O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel. Em 1951, foi criada a Legação do Brasil em Tel Aviv, elevada, em 1958, à categoria de Embaixada. Também, em 1951, Israel inaugurou sua Embaixada no Brasil no Rio de Janeiro sendo, posteriormente, transferida para Brasília.

Intercâmbio - Brasil e Israel compartilham uma longa história de intercâmbio nas áreas técnica, científica e tecnológica. Desde os anos 1960, Israel contribui para o desenvolvimento da agricultura do semiárido, por meio da difusão de técnicas de irrigação em regiões do Nordeste brasileiro. Desde a visita do presidente Shimon Peres e a assinatura de um novo acordo, os dois países trabalham em cooperação técnica em benefício de outras nações, especialmente a África.

Acordo de Livre Comércio - O Acordo de Livre Comércio entre Israel e o Mercosul, assinado em 2007, constituiu Israel como primeiro parceiro extrarregional a firmar este tipo de acordo com o bloco. Trata-se de uma negociação para viabilizar a abertura de mercados que cobre, também, comércio de bens, regras de origem, salvaguardas, cooperação em normas técnicas, sanitárias e fitossanitárias, cooperação tecnológica e técnica e cooperação aduaneira.

Documento - “O ministro ainda pediu para que a OCB formalize um documento com as principais demandas do ramo transporte e que a embaixada possa ajudar ou intermediar. Ele ainda sugeriu fazer uma triangulação entre OCB – Apex – Itamarati, a fim de se aproximar de possíveis importadores e exportadores israelenses, para tentar viabilizar a estrutura de logística das cooperativas de transporte no deslocamento de produtos com origem e destino aos portos brasileiros", afirma Gogola.

Catálogo de Produtos e Serviços - Na ocasião, o coordenador de Monitoramento do Sescoop/PR entregou ao ministro o catálogo dos Produtos das Cooperativas Agropecuárias do Paraná, produzido pelo Sistema Ocepar com a finalidade de divulgar e demonstrar a oportunidade de intercooperação entre os ramos do cooperativismo, até mesmo para alcançar mercados internacionais.

O grupo - Estão participando da viagem técnica a Israel representantes do cooperativismo de transporte de nove estados brasileiros – Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso, Bahia e Distrito Federal – além do Sistema OCB. Os paranaenses que integram a viagem técnica são o presidente e o vice-presidente da Coopercaf, Edson Luiz Zonta e Joel José de Paula, respectivamente, o gerente da Transcooper, Adair José Nunes da Silva, e o coordenador de Monitoramento do Sescoop/PR, João Gogola Neto. Eles chegaram no país na semana passada e cumprem um roteiro de visitas até esta sexta-feira (11/11).

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