COCAMAR: Ciclo de Debates esmiúça desafios na gestão da propriedade
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Com 535 visualizações, a 22ª jornada do Ciclo de Debates Cocamar promovida na quinta-feira (05/08), teve como tema Os Desafios da gestão da propriedade, com a participação do convidado especial Luciano Castro, sócio da consultoria especializada Markstrat de Ribeirão Preto (SP). O evento foi conduzido pelo gerente de Cooperativismo, João Sadao.
Desempenho - Castro, que é também professor afiliado da Universidade de Purdue (EUA), comentou que nem todos os produtores conseguem ter um bom desempenho na gestão de seus negócios, especialmente no que diz respeito a lidar com pessoas, finanças e comercialização. “Formar uma equipe não é uma tarefa simples para o produtor. Além de ser entendido, ele precisa motivar seu pessoal, sob pena de ter prejuízos”, disse. Em qualquer tipo de negócio, se faz necessário capacitar o profissional. “Se fosse para premiá-la, como essa pessoa seria avaliada?”, perguntou o convidado.
Sucessão - Quanto à governança, ele fez referência à gestão compartilhada, em que pais e filhos participam das decisões. “A sucessão é um grande desafio para muitos produtores”, citou, destacando ser bonito falar que determinada empresa atingiu a terceira ou quarta geração. Mas, para chegar lá, é preciso entender o que o proprietário pensa sobre a perpetuação do negócio familiar.
Problema ou oportunidade - “Há muita falta ou mesmo dificuldade de comunicação nesse processo”, frisou Castro, lembrando que os filhos têm que ser envolvidos nas atividades e também nas decisões”. Figurativamente, é como sair de um modelo de monarquia para uma democracia em que muitos participam. “Uma sucessão pode dar certo ou acabar, tem que ser planejada, pode ser um problema ou uma grande oportunidade.”
Custos - A administração financeira é outro obstáculo “e justamente na área crítica, no coração do negócio”, destacou Castro. Não raro, há produtores que acabam misturando as contas da propriedade com as pessoais, gerando dificuldades no momento de se conhecer os custos reais de produção.
Comercialização - Entre muitos outros pontos de relevância, Castro falou também sobre as decisões quanto à comercialização, que requer acompanhamento, antecipação de compras de insumos e travamento dos custos de produção, possibilitando que o produtor tenha mais tranquilidade para aguardar as oportunidades oferecidas pelo mercado.
Investir - Sobre os investimentos, em que a decisão precisa ser pautada pela razão e não sob o ímpeto de uma emoção, ele deixou claro: “É preciso avaliar o que faz mais sentido para o produtor, comprar uma área nova e ficar descapitalizado ou investir em tecnologias para ampliar as médias de produtividade”, ilustrou. Castro lembrou uma ação de marketing de uma empresa de irrigação que dizia: “há uma outra fazenda a seus pés”, referindo-se ao tanto que a propriedade pode agregar em renda se investir em uma estrutura de irrigação e impulsionar o negócio.
Informação - Para ele, o produtor rural hoje em dia não pode se queixar de falta de informação, que é abundante na internet e também nos trabalhos realizados por cooperativas como a Cocamar. “É preciso criar oportunidades para a nova geração e capacitá-la”, completou. (Imprensa Cocamar)