Uva: safra menor, preço melhor

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A safra de uva que começa a ser colhida na região de Maringá promete ser atípica neste ano, com lucro acima da média para alguns produtores e perdas parciais ou totais para outros. Tudo porque cerca de 60% dos viticultores amargaram quebras expressivas na produção em função das frentes frias ocorridas em agosto e setembro. Mas quem podou os parreirais mais cedo escapou da adversidade climática e, além de colher a safra integralmente, está sendo beneficiado com os preços entre 30% e 50% mais altos que em anos anteriores. A uva regional, que no início de safra costuma entrar no mercado a R$ 2,00 o quilo, está sendo comercializada entre R$ 2,50 e R$ 3,00. A quebra de 30% na produção pressionou os preços para cima e, em função disso, será uma safra de boa rentabilidade, analisa o coordenador regional da área de fruticultura da Emater, José Odair Mazia. Quem não teve perdas está comemorando. A região de Maringá cultiva 1,9 mil hectares de uva de mesa das variedades itália, rubi, niágara, benitaka e brasil. De uma produção anual de 33 milhões de quilos, a região deverá colher apenas 24 milhões este ano. Levando em conta que os preços estão mais altos e as perdas foram parciais, pode-se dizer que, no cômputo geral, esta safra será estimulante para a atividade, avalia Mazia.

Safra de 100 toneladas - O produtor Evandro Lopes é um dos que estão animados com os parreirais este ano. Dono de 12 hectares de terra na gleba Aquidaban em Marialva, dos quais 5 destinados à produção de uvas, ele está em plena colheita e sua expectativa é totalizar 100 mil quilos nesta safra, a preços que variam entre R$ 3,00 e R$ 3,30 o quilo. Os vizinhos estão admirados com a produtividade que consegui, comenta o produtor de 58 anos, há 9 nesse negócio, atribuindo tal resultado a uma bênção de Deus. Ele é um dos que fazem a poda rapidamente após a colheita, preparando os parreirais para duas safras no ano: uma no inverno e outra no verão. São 4 mil pés, 70% dos quais das variedades brasil, benitaka e rubi; os restantes 30% são Itália. Testes começam a ser feitos com uma outra, a centenia, sem sementes.

Geração de emprego - Lopes conta que a produção de uvas é uma atividade cara, que exige pesados investimentos em implantação, condução dos parreirais e produtos. Em seu sítio, pelo menos 30 pessoas, em média, trabalham em caráter permanente. O produtor cria carneiros debaixo dos parreirais para controlar o mato e mantém-se na atividade utilizando a melhor tecnologia. Animado, ao lado da esposa Diva, que o auxilia na produção de uvas, Lopes está investindo na expansão dos parreirais. Em breve, terá mais 1.200 pés que serão plantados com espaçamento adensado: em vez dos 3,0m x 5,0m tradicionais, pretende reduzir para 1,5m x 5,0 e seu objetivo é chegar a três safras por ano. Penso em aumentar com isso a produtividade em 40%, conta o agricultor, calculando a média de 1,5 quilos de uva por metro quadrado.

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