Transição para o clima quente exige cuidados essenciais na piscicultura
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A chegada da primavera marca o aumento gradual das temperaturas. Essas mudanças pedem atenção redobrada dos piscicultores, pois o clima impacta diretamente a qualidade da água, o metabolismo dos peixes e o manejo alimentar. Mariana Colhado, supervisora técnica e de Fomento à Piscicultura da Cocari, traz orientações para atravessar essa transição de forma segura e eficiente.
Impactos do clima no metabolismo dos peixes
O aumento da temperatura acelera o metabolismo dos peixes, o que eleva a demanda por oxigênio e alimento. "Com as temperaturas mais altas, a capacidade da água de reter oxigênio diminui, podendo causar estresse respiratório nos peixes", explica Mariana. Esse cenário exige maior atenção para evitar prejuízos à saúde dos animais e ao desempenho zootécnico da produção.
Riscos de proliferação de microrganismos e algas
A água mais quente favorece a multiplicação de algas, bactérias e parasitas, aumentando o risco de doenças. "É fundamental monitorar diariamente a temperatura e o oxigênio dissolvido, além de verificar, pelo menos duas vezes por semana, o pH, a amônia e o nitrito", orienta Mariana.
Para minimizar esses riscos, é essencial ajustar a aeração e a renovação da água conforme necessário, intensificando o uso dos aeradores nos dias mais quentes.
Manejo alimentar e controle de resíduos
Com o aumento do apetite e do crescimento dos peixes, é necessário ajustar a quantidade de ração oferecida. "Prefira rações com boa conversão alimentar e adequado teor de proteína, mas evite a superalimentação, pois as sobras aumentam a carga orgânica da água", recomenda a supervisora.
Além disso, é importante realizar a limpeza dos viveiros nos intervalos entre os lotes, removendo lodos e resíduos acumulados no fundo. "Mantenha a grama ao redor dos viveiros cortada para evitar a entrada de matéria orgânica e elimine sobras de ração não consumida e peixes mortos na água", complementa.
Aproveitando as oportunidades da transição
Embora desafiadora, a transição para o clima quente também representa uma oportunidade para acelerar o crescimento dos peixes e melhorar os índices de produção. "Para isso, é fundamental um manejo preventivo, baseado em dados, com atenção redobrada à qualidade da água e à nutrição dos peixes", conclui Mariana.
Com essas práticas, os piscicultores podem garantir uma produção mais eficiente e sustentável, aproveitando ao máximo as condições favoráveis da estação. (Assessoria de Imprensa Cocari)