SESCOOP/PR 10 ANOS: História/Parte 4: A semente de um novo tempo

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Idealizado no Paraná, o Sescoop foi resultado de experiências bem-sucedidas de monitoramento e treinamento aplicadas pelas instituições cooperativista desde 1970. "Na época, pesquisadores e técnicos cooperativistas alemães - trazidos ao Brasil pela Fundação Friedrich Naumann - realizaram uma série de palestras sobre o modelo germânico de gestão e profissionalização. Essas informações tiveram influência decisiva na estruturação organizacional do cooperativismo paranaense", explica Guntolf van Kaick.

No ano seguinte, em 1971, foi fundada a Ocepar e a Associação de Orientação às Cooperativas do Estado do Paraná (Assocep), que mantinha um convênio com a Fundação Friedrich Naumann para o desenvolvimento do cooperativismo. Através da Assocep, teve início um programa de treinamento e auditoria, com a realização de inúmeros cursos voltados a profissionais de cooperativas e a contratação de auditores para acompanhar os resultados do setor. "Desde o princípio da década de 70 a Ocepar já se preocupava com a aplicação de um sistema de acompanhamento e aprimoramento", relata van Kaick.

Em 1991, após o encerramento das atividades da Assocep, a Ocepar criou o Departamento de Apoio à Autogestão e implantou o Sistema de Acompanhamento e Autogestão às Cooperativas (SAAC). Anos depois, quando as discussões para o Recoop se intensificaram, a experiência paranaense foi a semente que originou o Sescoop. "A proposta formulada por João Paulo Koslovski e apresentada na reunião de diretoria da OCB criava um sistema abrangente de monitoramento, com bases sólidas para impulsionar o processo de treinamento e as ações de promoção social", afirma o superintendente José Roberto Ricken, que participou das negociações do Recoop e fez parte do primeiro Conselho Nacional do Sescoop.

Ricken foi o responsável pela organização do programa de trabalho e da primeira equipe profissional do Sescoop/PR. "Havia uma ação contínua de intercâmbio e troca de informações com o superintendente da OCB e do Sescoop Nacional, Amilcar Gramacho, que muito contribuiu nas negociações e na viabilização do Sistema S do cooperativismo", lembra. "Planejamento adequado e sintonia com as cooperativas, controle de arrecadação, avaliação de resultados, aperfeiçoamento constante dos programas de Desenvolvimento Humano e Autogestão (deverão ocorrer em 2009 cerca de 3.500 eventos) - são algumas das razões que explicam o êxito obtido pelo Sescoop nestes dez anos de trabalho", conclui.

Agentes de DH, um diferencial do Paraná

O Sescoop/PR já nasceu com uma concepção diferente de trabalho. Para colocar em prática os objetivos voltados para a formação profissional e promoção social, foi adotado no estado um modelo de estrutura onde cada cooperativa designaria um funcionário para ser o responsável por identificar as demandas por treinamentos e auxiliar na operacionalização dos eventos descentralizados (aqueles realizados pela cooperativa, com o apoio do Sescoop). Assim nasceu a figura do Agente de Desenvolvimento Humano, profissional que tornou-se imprescindível para o trabalho do Sescoop/PR. "Foi uma ideia concebida pela diretoria e que deu muito certo. Estes profissionais dão toda a sustentabilidade ao trabalho do Sescoop/PR.

Sem os agentes de DH, dificilmente conseguiríamos resultados expressivos em termos de números de eventos realizados e horas trabalhadas. São estes profissionais também que, em alinhamento com o planejamento estratégico da cooperativa, direcionam as reais necessidades a serem trabalhadas tanto com os cooperados quanto com os colaboradores", afirma o coordenador da Área de Desenvolvimento Humano do Sescoop/PR, Humberto César Bridi.

Até 2003, o trabalho do agente era informal, ou seja, não havia definição de perfil e pouca orientação técnica voltada para a função. Em 2004, alicerçado em um levantamento de necessidades de treinamentos elaborado pelos próprios agentes, iniciou-se então o Programa Estadual de Qualificação dos Agentes de DH, composto por diversos treinamentos realizados em todas as regiões do estado. Em 2009, num enfoque de melhoria contínua, o trabalho de formação dos Agentes de DH ganhou força. "Adotamos um novo modelo pautado na integração do agente de DH com o agente de Desenvolvimento de Autogestão", revela Bridi.

Atualmente, há cerca de 50 agentes de Desenvolvimento Humano e 50 agentes de Autogestão em cooperativas do Paraná. Em alguns casos, o surgimento da tarefa impulsionou a trajetória profissional do colaborador. "Há exemplos em que profissional era auxiliar administrativo e depois que assumiu como agente de DH fez faculdade, pós-graduação e contribuiu muito mais para o desenvolvimento da cooperativa", conta Bridi.

Na opinião da Agente de Desenvolvimento Humano da cooperativa Bom Jesus, Vera Lucia Meira, que atua e acompanha as ações do Sescoop/PR desde os primeiros anos de atividades, existe um controle eficaz sobre os projetos e sua aplicação. "Levantamentos e indicadores adequados contribuem de forma fundamental para o sucesso dos eventos promovidos. Há uma evolução constante no trabalho do Sescoop/PR", afirma.

"Hoje, não consigo pensar em cooperativismo sem visualizar os expressivos resultados viabilizados pelo nosso Sistema S", conclui. O sucesso do modelo adotado no Paraná chamou a atenção de outros estados, a exemplo do Espírito Santo e Goiás, que também criaram a figura do agente de Desenvolvimento Humano nas cooperativas. (Matéria publicada na revista Paraná Cooperativo/Agosto 2009/Edição especial 10 anos Sescoop/PR)

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