Seab divulga nova avaliação da safra paranaense

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A safra paranaense de grãos 2003/2004 deverá ficar entre 26,18 e 27,77 milhões de toneladas, uma redução de 10,9% sobre o recorde colhido em 22002/2003, que foi de 30,28 milhões de toneladas. A informação é do Departamento de Economia Rural (DERAL) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, que está fazendo uma nova avaliação dos prejuízos registrados até agora com a estiagem dos últimos meses.

Estiagem menor - Segundo o Deral, as chuvas registradas no período de 12 a 14 de março passado amenizaram um pouco o quadro de estiagem observado na maioria das regiões do Estado, porém, foram insuficientes para restabelecer a umidade desejada e recompor o nível de água de fontes e riachos. Já estão confirmadas perdas de 17% da produção de algodão e 14,2% da produção de soja. Combinadas com a redução de área e perda do potencial de produtividade do milho safrinha, não compensadas pela expectativa de aumento do cultivo de cereais de inverno, confirmou-se a redução da safra. Outras lavouras também foram prejudicadas pela seca. Segundo a engenheira agrônoma Vera Zardo, do Deral, ocorreram perdas de batata seca (12,5% ou 28.639 toneladas) e desenvolvimento insatisfatório das lavouras de cana-de-açúcar, rami, amoreira e mandioca.

Soja - Os números de safra desse mês, segundo o Deral, confirmam o levantamento anterior. A safra de soja 2003/2004 teve uma redução na produção de 1.689.540 toneladas, o que representa 14,2% de quebra e um prejuízo avaliado em R$ 1,46 bilhão de reais. A expectativa de produção passa a ser de 10.230.280 toneladas contra uma estimativa inicial de 11.919.826 toneladas. A safra desse ano é 6,6% inferior à safra recorde de 2002/2003, quando foram colhidas 10.947.422 toneladas. De acordo com o Deral, no relatório de safra anterior havia a expectativa de que a quebra seria maior e que a safra paranaense ficaria abaixo de 10 milhões de toneladas, porém, com 48% da área colhida, os levantamentos apontam para a confirmação das perdas estimadas atualmente. Aproveitando as excelentes cotações da soja no mercado internacional, os agricultores intensificaram a comercialização da safra. Somadas as vendas antecipadas (soja verde) com aquelas para entrega efetiva (colhida) tem-se, já, 25% da produção vendida.

Algodão - Com 45% da área colhida, a estimativa aponta para uma produção de 87.705 toneladas de algodão em caroço, numa área plantada de 45.085 hectares. Essa produção, segundo Vera, é 17% inferior à estimativa inicial, de 105.685 toneladas. As regiões de Toledo, Londrina, Paranavaí, Maringá e Umuarama é que tiveram quebras mais significativas. Os prejuízos, de acordo com o Deral, chegam a R$ 24,86 milhões de reais.

Café - O Paraná deve colher esse ano cerca de 2,4 milhões de sacas de 60 quilos, 23,6% a mais que na safra passada, quando foram colhidas 1,95 milhão de sacas. O aumento da produção se deve à recuperação dos cafezais, em função da cultura ser bienal, isto é, safras alternadas de baixa e alta produção. Mas a avaliação de safra aponta uma redução de 2% em relação à estimativa inicial, que era de 2,45 milhões de sacas. Essa redução, segundo a engenheira agrônoma Margorete Demarchi, se deve à estiagem ocorrida nas regiões produtoras de Umuarama, com quebra estimada até agora, de 18%. As perdas verificadas nas lavouras de café vão desde queda de "chumbinho" e frutos de menor tamanho, até a diminuição da "renda" do café a ser colhido. Esses fatores também poderão comprometer a qualidade do produto.

Feijão - Com a conclusão dos trabalhos de colheita, o Deral dá por encerrada a 1ª safra de feijão 2003/2004 no Paraná. O resultado apresentou uma área colhida de 362.928 hectares com a produção de 490.905 toneladas. Apesar da área colhida ter sido 5,7% menor em relação à safra anterior, a produção manteve praticamente o mesmo volume (apenas 0,2% inferior). Isso, segundo a agrônoma Vera Zardo, se deve ao incremento de 5,8% na produtividade, que foi de 1.353 kg/há contra 1.278 kg/há obtidos na safra passada. "O incremento foi resultado de um clima favorável durante o ciclo de desenvolvimento da cultura, mas principalmente, ao maior nível tecnológico empregado pelos produtores na condução das lavouras", acredita Vera. O plantio da segunda safra de feijão já foi concluído. A estiagem provocou um atraso e interferiu na redução da expectativa inicial da área plantada. O período ideal para o plantio terminou em 15 de fevereiro e muitos produtores deixaram de plantar, optando por outras culturas de inverno ou pelo descanso do solo. A produção estimada da segunda safra de feijão está entre 155,33 mil a 175 mil toneladas.

Milho safrinha - O plantio da segunda safra de milho se intensificou nos últimos dias, atingindo 82% da área plantada. Esse percentual se iguala ao do ano passado, nesse mesmo período. Em várias regiões do Estado, como Cascavel, Toledo e Campo Mourão, o plantio se encontra na fase final, com mais de 90% da área semeada. A produção do safrinha está estimada em 4,32 milhões de toneladas, 24% inferior à estimativa inicial e 28,4% menor que a safra de 2003, quando foram colhidas 6,03 milhões de toneladas. Além da redução da área de plantio, a produtividade média, estimada atualmente é 6% inferior à estimativa inicial. "Redução no nível tecnológico, principalmente no uso de híbridos de tecnologia mediana, plantios fora de época e condições climáticas desfavoráveis são os fatores responsáveis pela queda na produção", acreditam os técnicos da Seab.

Milho normal - A produção da primeira safra de milho foi reavaliada de 7,6 milhões para 7,49 milhões de toneladas. Essa reavaliação foi feita principalmente depois do registro de quebra de safra das lavouras da região sul. De uma maneira geral, porém, a safra do milho normal foi considerada boa, com a produção ficando 1,19% acima da estimativa inicial. A produção 2002/2003 foi de 8,359 milhões de toneladas. Portanto, nesse ano, o Paraná está obtendo uma produção 10,3% menor, numa área plantada 8,4% menor (- 1,352 milhão de hectares). A produção total de milho no Paraná (normal e safrinha) está estimada em 11,815 milhões de toneladas, 18% inferior à produção de 2003.

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