SAÚDE I: Um novo modelo de atenção

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saude 03 12 2012Diferente do modelo atual seguido pela medicina privada, baseado em médicos especialistas, na Atenção Primária em Saúde (APS), modelo praticado em países da Europa, um médico generalista, junto a uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, se responsabiliza por um grupo de pessoas e pelo primeiro atendimento, pelos primeiros cuidados e também pela prevenção de doenças. Este profissional será, portanto, conhecedor do histórico de saúde do paciente e então o encaminhará, quando necessário, a um especialista. Este é o modelo inovador que cooperativas de saúde pretendem adotar no País.

Movimentação - Um movimento em direção a este novo modelo já foi iniciado, em especial, pelo Sistema Unimed. Na Unimed Guarulhos, a APS está sendo colocada em prática e outros projetos-piloto começam a surgir. No Paraná, quatro profissionais participam de uma pós-graduação dentro de um Projeto Técnico Científico de Gestão com o objetivo de auxiliar na implantação da Atenção Primária em Saúde.

Melhor alternativa -  ''De 80% a 85% dos problemas de saúde são possíveis de serem tratados dentro da atenção primária sem serem encaminhados para especialistas'', afirma o médico Wilson Liuti Costa Junior, gestor de promoção em saúde da Unimed Londrina. Ele é um dos profissionais paranaenses que participam do projeto. Para Costa Junior, o cenário de saúde atualmente tem mudado para as doenças crônicas, e o atendimento é voltado a doenças agudas. ''Fora do País, a experiência (de atenção primária) tem se mostrado como a melhor alternativa - unir prevenção e saúde assistencial frente a esta nova realidade.''

Acompanhamento - A atenção primária, entretanto, não se resume apenas ao primeiro atendimento feito por um médico generalista, mas também se caracteriza pela prevenção através do acompanhamento dado ao paciente por uma equipe multidisciplinar formada por nutricionista, psicólogo e educador físico, assistente social, terapeuta ocupacional e enfermeiro. A Unimed já deu o primeiro passo com a unidade de Medicina Preventiva há dez anos, afirma o médico.

Odontologia - A Uniodonto, cooperativa odontológica, também já trabalha com a questão da prevenção, afirma o presidente da Uniodonto Curitiba, Luiz Humberto de Souza Daniel. ''Já fazemos um trabalho com o Odontomóvel com consultas nas empresas, palestras sobre prevenção com consultoras de saúde bucal para buscar a mudança cultural.''

Substituição - Para o presidente da Unimed Paraná, Orestes Barroso Mederos Pullin, o modelo viria substituir aqueles vigentes hoje no Brasil, já ultrapassados. ''O SUS (Sistema Único de Saúde) tem um conceito com foco na atenção primária, mas que não é o modelo utilizado na maioria dos países. Ficou defasado, apartado. Por outro lado, o sistema privado fica ao redor do modelo americano, que tem custo elevado com resultados ruins. O modelo atual não vê a pessoa como um todo. Vê de forma fragmentada.''

Falta de tecnologia e comprometimento - O sistema público de saúde, conforme ele, sofre com a falta de tecnologia e de comprometimento dos médicos com o paciente. ''A pessoa procura um posto e o médico que atende hoje é um, amanhá é outro. Ele não está comprometido com as pessoas, e sim com o posto de saúde. E não é remunerado adequadamente.''

Confiança é primordial - Na opinião de pacientes que participam de atividades da Unidade de Medicina Preventiva da Unimed Londrina, ter à disposição um médico que já conhece seu histórico de saúde é importante. ''Passa mais segurança do que um médico que às vezes nunca te viu'', declarou Tatiana Lacuse Monteiro. Diva Delalibera Filmare conta que já passou por situações em que andou de especialista em especialista para descobrir o que tinha. ''Você faz uma batelada de exames. É cansativo, a gente se aborrece.''  Elas e outros pacientes que têm diabetes e/ou hipertensão e recebem a atenção de uma equipe multidisciplinar que os acompanha e orienta para práticas saudáveis. (Folha de Londrina)

 

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