SAFRA III: Sustentação de preços e mercado no efeito etanol
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É difícil encontrar no mercado agropecuário um produto que não tenha boas perspectivas de preço. Das carnes aos grãos, os mais diversos itens seguem o efeito etanol, causado pelo uso de milho na produção de combustível pelos Estados Unidos. A conseqüente redução da produção de soja pelos norte-americanos fez com que tanto o cereal quanto a oleaginosa ficassem valorizados, aumentando o preço da alimentação animal. Em época de aumento no consumo de carne, por causa do crescimento econômico de países emergentes, a reação dos preços é automática.
Otimismo é geral - "De 2005 a 2006, havia poucos produtos em boa situação. Só a cana-de-açúcar, o café e a laranja tinham perspectivas parecidas com as que os produtores de grãos observam. Hoje, o otimismo é geral, e praticamente só a cana tem quadro menos favorável, pela estiagem e pela redução nas exportações", analisa o gerente técnico e econômico da organização das cooperativas (Ocepar), Flávio Turra. Essa reação em cadeia fez com que os preços, que sempre foram uma das principais preocupações da produção agropecuária, passassem à condição de "variável positiva", observa. A seu ver, o quadro só terá uma inversão se o milho deixar de ser usado na produção de etanol. "Isso não vai ocorrer num curto espaço de tempo. Aí sim os preços voltariam para as médias históricas. Sem o efeito etanol, o dólar abaixo de R$ 2 tornaria inviável boa parte das culturas", afirma Turra. (Gazeta do Povo)