Rastreabilidade: Como se faz

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Na semana o Paraná Cooperativo publicou notícia sobre a parceria que o Tecpar está realizando com a instituição espanhola Certicar, para certificação da carne e outros produtos paranaenses que serão exportados para a União Européia. Hoje, o Informe continua nesse tema trazendo informações úteis sobre o processo de certificação, trazidas pelo gerente Técnico e Econômico da Ocepar, Nelson Costa, que participou da reunião no Fundepec onde se discutiu o assunto.

Os detalhes de cada animal – Na Europa, a identificação dos animais com um par de brincos nas orelhas permite aos compradores saber detalhes da origem da origem da carne como: nascimento do animal, raça, sistema de produção, tratamento, filiação, sexo e peso, entre outras informações. O animal não identificado é incinerado e o produtor perde tudo. Para comercialização da carne, todo corte terá que estar identificado com etiqueta que permita conhecer a origem da carne. A rastreabilidade é uma ferramenta que permite a transferência de informações desde a produção até o consumidor final. As etapas da rastreabilidade – nascimento, criação, tratamentos, alimentação, transporte do animal abate, desosso, transporte de carne, distribuição do produto e venda – são tabuladas e colocadas numa base de dados central que pode ser consultada a qualquer momento. É importante que a certificação da qualidade identifique uma região específica, a raça do animal, se os animais são machos ou fêmeas, idade do animal, alimentação, forma de sacrifício e formas de conservação do produto.

As etapas da rastreabilidade- O sistema não exige muita burocracia para ser cumprido. É preciso que todas as partes envolvidas sigam o que está escrito no caderno de obrigações, porque há uma interdependência nas diversas fases do processo. Veja as informações que podem ser obtidas em cada etapa do programa:

Na granja: rastreabilidade, bem-estar dos animais, sanidade, tratamentos terapêuticos, controle de promotores de crescimento e alimentação.

Transporte: rastreabilidade – conservação e identificação dos animais. Bem estar dos animais no transporte. Cumprimento do período de espera antes do abate.

No sacrifício: período de espera para o abate, forma de abate, higiene, maduração, refrigeração, identificação e etiquetagem. No momento que o animal entra no frigorífico, a leitura ótica do brinco transporta todas as informações do animal para a base de dados do frigorífico, e com isso, é possível se manter.

Na sala de desossa: ao etiquetar o produto, é possível incluir outras informações que agreguem requisitos específicos.

Benefícios - A certificação permite dar uma marca na carne, que identifica o produtor e dá segurança aos consumidores. A identificação dos operadores é essencial para se exigir responsabilidade. A marca é uma diferenciação do produto e de agregação de valor ao produto, tipifica o produto, define o valor e possibilidade da realização de marketing da carne. A certificação contribui para a prática da agricultura responsável, respeitando a ecologia e propiciando a utilização limitada dos avanços científicos. Toda a distribuição aos mercados da Espanha, por exemplo, já exige marcas certificadas e somente carnes com certificado são expostas para comercialização.

Características no Brasil – No Brasil, a certificação vai permitir a produção de bovinos com as seguintes características: produção de carne de pasto; não uso de transgênicos; e animais com idade definida (máxima 24 meses). Para se garantir essas características é preciso se fazer a rastreabilidade, observando todo o caderno de exigências e controles. Para o Paraná, todo o processo de rastreabilidade está sendo estruturado pelo Conselho de Sanidade Agropecuária. Já na campanha de vacinação de novembro próximo terá início a rastreabilidade, através do cadastramento de todos os animais. No Paraná, a Secretaria de Agricultura está sendo credenciada pelo Ministério da Agricultura para fazer esse trabalho.

Importância para as cooperativas - Para as cooperativas do Paraná, todo o trabalho de sanidade, rastreabilidade e certificação da carne bovina que vem sendo realizado é importante, pois permite produzir animais de qualidade, que serão melhor aceitos no mercado internacional. Isso permitirá que as cooperativas ingressem na indústria da carne bovina com foco na exportação e na venda de produto identificado e com marca. Para os cooperados será importante, pois se estará criando uma nova opção de renda.

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