Produtividade se planta antes da colheita: porque o próximo ciclo começa agora no solo
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Com a soja em pleno estágio de estabelecimento e o milho verão avançando em grande parte das regiões produtoras, o momento é decisivo para algo que muitos ainda deixam para depois: o planejamento do manejo pós-colheita. É agora, ainda com a lavoura em desenvolvimento, que se define a base estrutural e biológica que sustentará a safrinha de 2026.
Cobertura vegetal, rotação de culturas e escolha estratégica dos híbridos de milho safrinha não são etapas isoladas, são engrenagens do sistema produtivo. E, em todas elas, um fator é determinante: solo vivo, nutrido e protegido por palhada.
O solo como ponto de partida
Segundo Anderson Gaias do Nascimento, consultor responsável técnico da Cocari, produtividade e solo caminham lado a lado, especialmente nesta época do ano. “O uso estratégico da palhada no sistema produtivo se torna fundamental para garantir a sustentabilidade, manter a fertilidade e assegurar bons resultados ano após ano”, afirma o consultor.
A palhada cumpre funções essenciais: reduz evapotranspiração, conserva umidade, diminui amplitude térmica, protege contra erosão e melhora a infiltração de água. E não menos importante, cria um ambiente favorável para a atividade biológica, que é o coração de um solo saudável.
Palhada – muito além de proteção física
Conforme destaca Anderson, a palhada não é mero “cobertor” do solo. “A importância da palhada vai muito além da simples proteção física. Uma palhada bem construída também suprime plantas daninhas, reduzindo custos com manejo químico”, ressalta.
A construção dessa palhada depende diretamente da espécie da planta de cobertura escolhida. Cada uma tem sua dinâmica de biomassa, arquitetura radicular, ciclo e relação C/N, que define o tempo de permanência no campo, como:
- Gramíneas (milheto e braquiária) possuem alta produção de massa e cobertura duradoura;
- Leguminosas (crotalária) são excelentes para aporte biológico de nitrogênio;
- Consórcios são combinação de benefícios, maior resiliência e melhor adaptação a variações de clima.
Zoneamento, o passo que evita frustrações
Uma etapa ainda subestimada pelos produtores é seguir o zoneamento agrícola. Anderson reforça que ele orienta decisões estratégicas. “Seguir o zoneamento permite escolher espécies adequadas ao clima, ao tipo de solo e à janela de semeadura mais segura. Não adianta escolher uma planta com enorme potencial e colocá-la em ambiente desfavorável”, explica.
O zoneamento é a garantia de que a planta de cobertura vai cumprir sua função no tempo correto, mantendo fluidez no sistema produtivo e permitindo uma transição eficiente para o milho safrinha.
Planejamento da safrinha começa antes da colheita
As decisões de agora impactam diretamente o desempenho da safrinha, que enfrentará 2026 com a mesma instabilidade climática já observada nesta safra: chuvas irregulares, janelas apertadas e variações significativas entre áreas próximas. “Um solo bem estruturado, nutrido e protegido responde melhor em anos de clima desfavorável e oferece maior estabilidade produtiva ao longo do tempo”, analisa Anderson.
Além disso, o produtor que planeja com antecedência tem melhores condições de escolher híbridos de milho mais adaptados à sua realidade, como ambiente de cultivo, janela de plantio, pressão de pragas e construção de palhada.
Produtividade é construída, não improvisada
O conjunto cobertura vegetal + rotação + escolha de híbridos + solo vivo é o que sustenta ciclos produtivos estáveis, mesmo em anos desafiadores. E tudo começa agora. “Investir em plantas de cobertura e em palhada é investir no futuro da propriedade, garantindo eficiência, sustentabilidade e maior rentabilidade”. reforça Anderson.
Além de importante etapa técnica, o manejo pós-colheita é a fundação agrícola do próximo ciclo. “No fim, a produtividade que se colhe amanhã é, sempre, a produtividade que se decide hoje no solo”, conclui o consultor da Cocari. (Assessoria de Imprensa Cocari)