Na Cocari, o social vem com o econômico

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Cinco anos depois de ter iniciado um arrojado plano de reestruturação para resolver os problemas advindos dos planos econômicos e dos vários investimentos feitos no momento errado, a Cocari – Cooperativa Agropecuária Industrial, com sede em Mandaguari, é uma empresa totalmente nova, onde os resultados econômicos beneficiam os cooperados, funcionários e comunidades da sua área de ação. A reestruturação aconteceu como condição básica para que a cooperativa obtivesse os recursos do Recoop - Programa de Revitalização das Cooperativas Agropecuárias, implantado para corrigir as distorções econômicas provocadas especialmente pelo Plano Real. Hoje a cooperativa executa projetos sociais e ambientais invejáveis, mas sob uma condição: tem que apresentar um bom desempenho econômico, dentro das metas planejadas anualmente.

Governança corporativa – O processo de profissionalização da cooperativa começou em 1999, quando o número de funcionários reduziu de pouco mais de 3 mil para cerca de 1 mil. E nos dois anos seguintes diminuiu mais ainda, apenas 670 trabalhadores em função das várias medidas adotadas para enxugar a empresa, visando adequá-la à realidade econômica. A profissionalização da cooperativa foi implantada com várias medidas, que incluem a governança corporativa, o orçamento participativo e setorizado, a transparência das ações, a renegociação do passivo financeiro e a reestruturação do quadro funcional. Embora todas as ações sejam importantes, o orçamento participativo é visto como carinho especial, pois está atrelado ao Programa de Participação nos Resultados, implantado não apenas com objetivo de redistribuir renda aos funcionários, mas também para disseminar a cultura da busca da eficiência.

Busca de resultados – A busca de resultados para a empresa é hoje uma preocupação diária de todos os setores, pois disso depende uma remuneração a mais aos funcionários de até dois salários anuais. A primeira condição para distribuição de resultados é que a cooperativa alcance os resultados orçados. Isso não dá, no entanto, direito à distribuição entre todos. Só ganham os funcionários de setores que também obtiveram os resultados do orçamento. Por isso, afirma o vice-presidente executivo da Cocari, Vilmar Sebold, “a cultura é tão importante que na entrada das indústrias é normal a gente encontrar um cartaz que demonstra o desempenho do mês”. Do alcance dos resultados estabelecidos dependem também as ações sociais programadas, inclusive eventos destinados aos cooperados. Mesmo que o clima seja adverso aos resultados previstos, na há desculpa, pois a execução de eventos depende do orçamento prévio.

Balanço social – Como instituição estreitamente vinculada com a comunidade, pois existe em função do desejo dos cooperados, a Cocari se preocupa em executar ações sociais e de meio ambiente que beneficiem toda a população. Desta forma é que decidiu pela implantação de programas como o Cocarinho, Bom Aluno, Remar, Jovemcoop, de apoio à graduação e às Creches. E em parceria com a Sicredi Terra Forte e Prefeitura Municipal, foi constituída uma ONG para apoio à prática de esportes entre crianças de 6 a 14 anos. Todos esses programas visam a inclusão social de pessoas mais carentes ou a recomposição do meio ambiente em áreas de influência da cooperativa. Cada um desses projetos consume parte importante dos resultados obtidos pela cooperativa. No entanto, quando a empresa está obtendo resultados, isso é feito com gosto.

A nova Cocari – Cinco anos depois, a cooperativa, que em 1999 obteve um faturamento de apenas R$ 70 milhões, deve fechar este ano com R$ 350 milhões. Com as contas em dia, a cooperativa adquiriu a capacidade de investimentos, permitindo ampliar o recebimento de grãos e modernizar suas indústrias através da inversão de R$ 20 milhões em recursos próprios nos últimos anos. Hoje com mais de 4 mil associados, a cooperativa atravessa uma nova fase, onde boa parte dos resultados volta para as comunidades. Exemplo disso foi a campanha de coleta de alimentos realizada pelos jovens que participaram, no sábado, do encontro Jovemcoop, em Mandaguari. Os mais de 8 mil quilos de alimentos coletados pelos jovens volta para cada uma das comunidades de onde vieram, numa forma de incentivo que deu resultado. No ano passado, a primeira campanha coletou 2.392 quilos de alimentos. Mas no total, somando os alimentos coletados pelos jovens, associados e comunidades, a Cocari juntou 51 toneladas de alimentos.

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