MÍDIA COOPERATIVA: Sojicultor tem prejuízos, apesar da boa produtividade

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"Tulha cheia, bolso vazio - a crise da fartura" é o título da matéria publicada na edição de abril do Informativo Coagru. A reportagem traça um cenário da safra 2009/10 de grãos, com altos índices de produtividade, resultantes da combinação de condições favoráveis de clima e utilização de tecnologia. "Dados da Conab apontam alta de 8,4% na produtividade e volume de 146,3 milhões de toneladas de grãos na safra 2009/10, superando a marca histórica de 144, 1 milhões de toneladas colhidas em 2007/08. A evolução vem praticamente da soja, cuja safra deverá atingir 67,4 milhões de toneladas, 10,4 milhões a mais que em 2009. O milho também aponta para um novo recorde, de acordo com o sétimo levantamento divulgado pela Conab no ínicio de abril", diz a matéria.

Paraná - No Paraná, a Secretaria da Agricultura está prevendo uma colheita de 30,4 milhões de toneladas, entre grãos de verão e de inverno, o que representa um crescimento de 24% em relação à safra anterior. "Em função dos ganhos de produtividade, o Estado está obtendo uma safra recorde de soja: 13,6 milhões de toneladas. A lavoura de milho da primeira safra aponta para um volume total de 6,47 mil toneladas. As lavouras de soja apresentaram uma média de 3,1 mil quilos por hectare, mas houve lavouras no Estado que chegaram a quatro mil quilos por hectare. A média de rendimento das lavouras de milho surpreende com o volume de 7,2 mil quilos. Existem lavouras que superaram nove mil quilos por hectare", informa a reportagem do boletim da cooperativa.

Preço - Apesar da boa colheita, os preços médios das duas principais culturas da região de abrangência da Coagru, soja e milho, não tem sido compensadores. "Os produtores comercializaram este mês no vermelho. Se em janeiro a saca de soja era cotada a R$ 38,70, com margem de lucro de R$ 3,95 a saca, o quadro se reverteu, fazendo o sojicultor amargar prejuízo este mês de R$ 4,02/saca... A situação do milho é ainda pior. Em nossa região, o cereal foi comercializado a R$ 13,40 a saca, mas o Custo Operacional Total foi de R$ 18,76. No caso, o produtor perdeu R$ 5,36 por saca. A conjugação de fatores como aumento da produtividade, redução dos custos de produção e manutenção do câmbio no mesmo patamar do ano passado está camuflando o impacto causado pelas quedas de preços dos principais produtos agrícolas nesse período de comercialização. A grande preocupação dos agricultores é que, além dos atuais preços abaixo do esperado, a expectativa não é de melhora no mercado", diz ainda a matéria. Além disso, o frete tem representado um custo a mais que vem consumindo boa parte da renda do produtor. O Informativo Coagru reproduz parte de uma reportagem publicada pelo jornal Gazeta do Povo que afirma "o frete para grãos subiu 5% a 50% além do normal para esta safra".

A voz do produtor - O boletim da cooperativa também reproduziu o depoimento de vários produtores sobre a situação, entre eles, a opinião de Gilson Zulin Cocoletto, cooperado de Ubiratã, que diz: "A produtividade desse ano foi espetacular, mas o preço vai deixar o resultado igual ao do ano passado. Os custos aumentaram, além do custeio da lavoura. Tive que vender soja no preço baixo porque tinha compromisso a pagar. A gente precisava pelo menos R$ 38 a R$ b40 a saca para compensar os riscos".  

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