MÍDIA COOPERATIVA: O clima do Sul e no Centro-Oeste

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A safra 2008/2009 começará com clima favorável em grande parte do Brasil. Segundo matéria publicada no Jornal C.Vale, edição de setembro, o plantio e o desenvolvimento inicial deverão ser beneficiados por chuvas constantes e regulares,  ao contrário da safra passada, quando as culturas sofreram com o atraso no retorno das precipitações no Centro-Oeste e com o baixo nível de umidade do solo no Sul. A neutralidade climática, ou seja, a não interferência do El Nino ou do La Nina, permitirá que o ar quente e úmido da Amazônia cruze o país no período em que isso tradicionalmente acontece, alimentando frentes frias que provocam chuvas, explica o metereologista Márcio Custódio, da Somar Metereologia. "No Sul, as chuvas já tem sido regulares e devem se manter assim ao longo de outubro. No Centro-Oeste , as chuvas retornam em seu período normal e, portanto, o agricultor na deve ter problemas com o plantio no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso", assegura.

Áreas de instabilidade - O ar úmido da Amazônia, no entanto, deve gerar áreas de instabilidade responsáveis por temporais, alerta Custódio. "Esses temporais atingem o Paraná e parte do Mato Grosso, geralmente associados com rajadas de vento e até mesmo granizo", alerta. E ele não é o único a fazer essa projeção. O meteorologista Luiz Renato Lazinski, da Superintendência de Curitiba do Ministério da Agricultura, avalia que o risco de precipitações de granizo em 2008 será maior até novembro devido a encontros freqüentes de massa de ar quente com frias.

Complicações - A segunda metade da safra de verão deverá ser mais complicada para os produtores do Sul que do Centro Oeste. Os modelos climatológicos apontam tendência de redução das chuvas, mas a duração de eventuais estiagens vai variar entre os estados. "Entre novembro e dezembro os modelos climáticos indicam redução das chuvas na região Sul, mas estes efeitos devem ser mais sentidos no Rio Grande do Sul", aponta. A avaliação é reforçada por Lazinski. "A chance de estiagem é grande, mas é difícil dizer quando começa e a duração". Apesar disso, ele arrisca apontar o final de dezembro e o início de janeiro como o período mais provável de estiagem. Os dois meteorologistas fazem questão de registrar, porém, que essa projeção não significa ausência total de chuvas. Tanto Custódio quanto Lazinksi entendem que as lavouras do Sul podem sofrer com a irregularidade das chuvas. As condições para o Centro-Oeste serão mais favoráveis. A exceção do extremo Sul do Mato Grosso do Sul que pode sentir os mesmos efeitos climáticos do Paraná, diz Custódio. "Essa redução não chega a ser observada no Centro-Oeste, que se mantém com chuvas cada vez mais regulares e freqüentes", acredita. As temperaturas no Sul serão maiores no próximo verão que no de 2007/08. Para Márcio Custódio, os períodos secos estarão associados a ondas de calor. No Centro-Oeste, a maior cobertura de nuvens, deverá reduzir a possibilidade de calor extremo.

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