GRIPE AVIÁRIA: China contesta mutação de vírus letal

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O Ministério da Agricultura da China refutou o estudo científico que aponta a descoberta de uma nova variação da gripe aviária, resistente às vacinas existentes contra a doença. O estudo, publicado nesta semana nos Protocolos da Academia Nacional de Ciências, relata que um novo vírus - batizado de H5N1 tipo fujiano - foi encontrado em quase todos os focos de gripe aviária em aves e também em alguns casos envolvendo humanos no sul da China desde meados de 2005. O estudo diz ainda que o H5N1 fujiano estava se tornando prevalente em Hong Kong, Laos, Malásia e Tailândia. Em nota, o Ministério da Agricultura chinês diz que apenas tomou conhecimento do estudo sobre a mutação do H5N1 "por meio de uma publicação acadêmica estrangeira" e que os "comentários no estudo não estão em conformidade com os fatos". A pasta diz ainda que monitora a situação no sul da China desde 2004 e que, desde então, não houve qualquer mutação significativa no vírus. "As características biológicas do vírus não apresentam mudanças importantes", afirma. A resposta vai de encontro às críticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que acusa o Ministério da Agricultura da China de não compartilhar amostras do vírus da gripe com a comunidade internacional desde 2004. Tal compartilhamento é considerado fundamental para os esforços de se rastrearem doenças e desenvolverem vacinas. A pasta se defende e alega "compartilhar todas as informações relacionadas à gripe aviária e doenças às organizações internacionais em tempo integral".

Prejuízos - O vírus H5N1 da gripe tem devastado criações de aves na China e em vários outros países do sudeste asiático e também já matou cerca de 150 pessoas em todo o mundo. Em quase todos os casos, a contaminação aconteceu a partir do contato humano com aves doentes. As autoridades no assunto temem, no entanto, que o vírus possa passar por uma mutação que facilite sua transmissão entre seres humanos, o que poderia resultar em milhões de mortes. O controverso estudo foi publicado na terça-feira por cientistas chineses e americanos. Eles relataram o surgimento da nova variação do vírus H5N1 em patos e gansos de testes, encontrados em mercados de animais vivos no sul da China em junho de 2005. Ao logo do ano, o novo vírus teria aumentado sua penetração. De acordo com o estudo, das 108 amostras tiradas de aves entre abril e junho de 2006, 103 (95%) estariam infectadas pelo H5N1 fujiano. As informações são da Dow Jones. (Agência Estado)

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