GRÃOS: USDA prevê estoque de soja menor nos EUA

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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu em 5,4% sua estimativa para os estoques finais de soja na safra 2009/10 nos Estados Unidos. O relatório de julho, divulgado sexta-feira (09/07), aponta para uma disponibilidade de 4,75 milhões de toneladas ante as pouco mais de 5 milhões previstas em junho. A redução era esperada pelo mercado e contribuiu para dar sustentação aos preços da oleaginosa na bolsa de Chicago. Os contratos de soja com vencimento em agosto terminaram o último pregão da semana passada a US$ 9,9325 por bushel, alta de 10,25 centavos de dólar (1,1%). Foi o terceiro dia consecutivo de ganhos na bolsa americana.

Safra anterior - Apesar de o USDA ter elevado a previsão para a safra 2010/11 dos Estados Unidos em 1,1%, para 91 milhões de toneladas, a atenção do mercado para os números dos estoques finais da safra anterior ainda é grande, pois a disponibilidade de curto prazo do grão pode ser influenciada pelo clima. "Os estoques mundiais estão apertados e o clima ainda pode determinar o tamanho da produção. Estamos comprando e vendendo chuva nos Estados Unidos", afirma Antônio Sartori, diretor da corretora gaúcha Brasoja.

La Niña - O analista lembra que a presença do La Niña já é dada como certa nos Estados Unidos. Com isso, as previsões indicam falta de chuva entre meados de julho e fim de agosto, período de importante desenvolvimento das lavouras. "Esse é um período que precisa chover, mas as previsões não indicam que elas [chuvas] acontecerão", afirma Sartori.

Milho e trigo - No outros dois mercados de grãos - milho e trigo - o relatório do USDA foi neutro ou até negativo. No caso do milho, apesar de o USDA ter reduzido em 13% a estimativa para os estoques finais da safra americana de 2010/11 em julho, o mercado esperava por um corte maior. A nova previsão é de que 34,9 milhões de toneladas estejam estocadas no fim da próxima safra.

Recuo - Dessa forma, os preços do milho em Chicago para setembro recuaram 2 centavos de dólar (0,52%) na última sexta-feira para US$ 3,835 por bushel. Para o trigo, a queda em Chicago foi mais acentuada, de 10,5 centavos (2%). Os contratos para setembro terminaram o último pregão da semana passada a US$ 5,38 por bushel. Com dados que não contribuíram para dar sustentação ao mercado, os preços do trigo devolveram uma boa parcela da valorização acumulada na semana passada. Ao longo dos últimos pregões, o mercado estava cauteloso em relação à produção global do cereal.

Receio - Esse receio foi desfeito depois que o USDA elevou em 7% a expectativa de produção americana na safra 2010/11. O novo relatório da entidade prevê que a oferta na safra que se desenvolve nos Estados Unidos atinja 60,3 milhões de toneladas e se mantenha nos patamares do ciclo 2009/10. No relatório de junho, o USDA previa uma queda na produção, com uma colheita de 56,2 milhões de toneladas. O ajuste na oferta de trigo foi acima do esperado. Ainda assim, a produção mundial foi revisada para baixo para 661,07 milhões de toneladas, ajuste de 1,1% em comparação a junho e quase 3% menor do que a safra anterior, quando foram colhidas 679,85 milhões de toneladas. (Valor Econômico)

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