GRÃOS: Chuva limita safra de soja na Argentina

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Depois de provocar estragos no ciclo 2011/12 no sul da América do Sul, em virtude de uma severa estiagem provocada pelo fenômeno La Niña, o clima voltou ao centro das preocupações dos produtores de soja da região. Por enquanto, o principal problema nesta fase de semeadura da safra 2012/13 são as fortes chuvas na Argentina trazidas pelo El Niño. Mas, no Centro-Oeste do Brasil, a possibilidade de déficit hídrico em alguns polos ainda assusta os agricultores, que iniciaram os trabalhos com a expectativa de obterem margens recordes de lucros, alimentada pelos elevados preços atuais.

Força - Na sexta-feira (04/11), a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que o El Niño havia perdido força, mas que as chuvas, ainda que mais fracas, continuavam a afetar a semeadura argentina. Ontem, a publicação especializada alemã "Oil World" informou que, com o problema, a colheita no país poderá ser de 3 milhões a 6 milhões de toneladas menor que o estimado inicialmente - entre 55 milhões e 56 milhões de toneladas. "A situação é mais do que alarmante", diagnosticou, já que a maior parte das terras agrícolas estão inundadas ou muito úmidas. E os fortes ventos previstos para este mês devem manter essa umidade elevada.

Sul do Brasil - No Sul do Brasil, destacou a consultoria Céleres, com sede em Uberlândia, as chuvas também restringiram o cultivo sobretudo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas as atenções ainda estão mais voltadas para Mato Grosso, onde as precipitações desde o início do plantio, em meados de setembro, ficaram abaixo das expectativas. Nos últimos dias as chuvas aumentaram, mas há risco de escassez nas próximas semanas. Para a "Oil World", as duas próximas semanas serão decisivas para evitar estresse nas plantações. As projeções atuais ainda são de colheita nacional recorde da ordem de 82 milhões de toneladas.

Mapito - No oeste da Bahia e na região conhecida como "Mapito", que abrange áreas de Cerrado de Maranhão, Piauí e Tocantins, as chuvas ficaram abaixo da média em outubro, mas a umidade deverá aumentar e permitir a aceleração do plantio em novembro, conforme a Somar Meteorologia. No oeste baiano, as precipitações deverão perdurar nos próximos 15 dias, mas no Maranhão e no Piauí o volume deverá diminuiu e as pancadas serão mais isoladas.

Preços internacionais - Ainda que o cenário sul-americano esteja no radar dos agentes do mercado de soja do mundo todo, essas adversidades têm tido reflexo moderado sobre os preços internacionais. Ainda há estatísticas sobre a produção americana em 2012/13, golpeada pela pior seca no país em mais de 50 anos, que atraem mais atenção. Na sexta-feira, o Departamento da Agricultura dos EUA (USDA) divulgará um novo relatório com dados sobre a produção e a expectativa é que haja um ajuste para cima. Na bolsa de Chicago, os contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) acumulam alta de 25,48% este ano. (Valor Econômico, com Reuters)

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