FÓRUM DE LÍDERES PREMIOU TRÊS COOPERATIVISTAS DO PARANÁ

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Esta edição tem um motivo especial: a entrega, ontem (5), a três dirigentes cooperativistas paranaenses, do prêmio Fórum de Líderes Gazeta Mercantil 2002. O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, João Paulo Koslovski, e o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, receberam o prêmio como líderes nacionais cooperativistas. E o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, foi premiado como líder agrícola. Também os cooperativistas Roberto Rodrigues (ex-presidente da OCB e da ACI, atual presidente da Abag) e Antônio Chavaglia foram premiados. Três dos quatro paranaenses premiados são cooperativistas.

A Coamo também recebeu o prêmio "Imagem Empresarial", representando todo o Estado do Paraná. Em função da importância da opinião dos líderes escolhidos para o prêmio, transcrevemos aqui os principais textos da edição de hoje do jornal Gazeta Mercantil.

MAIS DE MIL CONVIDADOS PRESTIGIARAM LIDERANÇAS

Cerca de mil empresários compareceram ontem à solenidade de premiação do Fórum de Líderes Empresariais, em São Paulo. Figuras importantes do setor privado brasileiro reuniram-se no Credicard Hall para prestigiar a premiação dos 134 líderes empresariais do País. O evento destacou, também, 20 empreendedores sociais que passaram a compor o Fórum de Líderes Sociais do País.

A renovação dos nomes escolhidos chegou a 38%, um percentual bastante harmonioso para dar continuidade ao desenvolvimento empresarial brasileiro. O que significa um mix entre empresários que há 25 anos discutem formas de melhorar a atividade econômica e social brasileira e outros mais jovens, que serão responsáveis por buscar alternativas para o futuro.

Escolhidos pelos leitores da Gazeta Mercantil, os líderes fazem parte de 44 setores de atuação, como agricultura, comércio varejista e mineração. A festa teve uma comemoração especial ao marcar os 25 anos do Fórum de Líderes Empresariais. Período em que empresários de diferentes gerações da elite empresarial aproximaram-se e criaram condições de darem continuidade ao projeto, elaborado pela Gazeta Mercantil.

A solenidade, iniciada por volta das 21 horas, reuniu personalidades como o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, Prêmio Imagem Empresarial; o diretor-presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, e o diretor-presidente da Varig, Osires Silva. Foi precedida de um encontro entre os membros do conselho permanente do Fórum, que participaram de uma mesa redonda na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no último dia 17, para discutir as mudanças ocorridas desde 1977 em suas empresas, no País e no mundo.

A reunião deu um toque final à edição da revista Fórum de Líderes, lançada ontem no evento. Antes de iniciar a solenidade, aberta pelo presidente do conselho da Gazeta Mercantil, Luiz Fernando Levy, os líderes e empresários de todo o Brasil discutiam no saguão de entrada do Credicard Hall, a atual situação do País. As opiniões convergiram pelo menos em dois aspectos. O primeiro: o Brasil sofre um ataque especulativo de proporcões exageradas. O segundo: a escolha do novo presidente em nada alterará a potencialidade de crescimento do País.

Impacto do dólar - "O primeiro debate entre os candidatos à presidência mostrou que existe uma certa concordância em manter a estabilidade do País", disse o diretor-presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, um dos líderes da mineração do Fórum 2002. "Independente de quem for eleito, o novo presidente precisa investir no aumento da exportação e reduzir o déficit das contas corrente", disse o diretor corporativo da Marcopolo, José Antônio Fernandes Martins, também eleito líder no setor de auto-peças. Segundo ele, a alta do dólar não surte efeitos nocivos em empresas como a Marcopolo, fabricante de carroçarias para ônibus que contabiliza mais de 50% de seu faturamento com vendas ao mercado externo.

Outras empresas, como a Varig, sofrem diretamente os impactos da alta da moeda norte-americana, uma vez que o combustível é cotado em dólar. O presidente da Varig, Ozires Silva, um dos líderes eleitos na categoria turismo, disse que a empresa aposta na renovação, a ser conquistada com a busca de novos acionistas, para se reerguer. A mais tradicional empresa brasileira de aviação aguarda decisão do BNDES para a entrada de capital novo. Raul Randon, presidente da Randon Participações, um dos tradicionais líderes do Fórum, coloca todas as suas fichas na redução do custo do capital.

Os líderes distinguem Brasil real da crise

Lideranças empresariais defendem agenda positiva para superar turbulências da economia. O Brasil precisa sobrepor os fatos positivos de sua economia às informações pessimistas, para neutralizar ataques especulativos e criar uma "blindagem" contra a crise. Este foi o consenso entre os empresários que se reuniram ontem, em São Paulo, para a 25ª edição do Fórum de Líderes Empresariais da Gazeta Mercantil.

Boa parte dos empresários identifica que há fragilidades na economia brasileira e acredita que o momento eleitoral torna o País mais vulnerável. Mas a motivação não vem dos fundamentos da economia brasileira, mas de problemas externos, como os enfrentados pelos Estados Unidos. "O risco do Brasil está bem dimensionado e, na realidade, não mudou muito nos últimos seis meses", afirmou Carlos Alberto Martins Bastos, vice-presidente do Conselho de Administração da Ipiranga Petroquímica.

"Não dá para colocar o Brasil à venda, temos é que comprar o Brasil", disse Roger Agnelli, diretor-presidente da Companhia Vale do Rio Doce.

Há empresários que nem sabem o que é esta crise, como alguns setores da agricultura, disse o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano. "O problema é que há uma insegurança das pessoas, mas a crise é global". O presidente do Conselho Permanente do Fórum de Líderes, Luiz Fernando Furlan, também presidente do Conselho de Administração da Sadia, afirmou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) reconhece que a percepção do "risco Brasil" é superdimensionada. "Não é um ano favorável, mas não é desastroso. Para alguns setores a situação é até melhor do que em 2001".

Durante solenidade de premiação aos líderes, à noite, o presidente do Conselho de Administração e do Conselho Editorial deste jornal, Luiz Fernando Ferreira Levy, ressaltou que o Brasil real é muito maior do que se discute hoje, até nos debates dos candidatos a presidência da República. Ele mencionou também que os investimentos em curso no Brasil, até 2007, somam US$ 547 bilhões, segundo levantamento feito para a revista Balanço Anual, que teve sua 26 edição lançada ontem, com a análise das informações de 10.000 empresas, o maior banco de dados sobre as empresas e os negócios brasileiros já elaborado no País. "A maior parte destes investimentos vem da iniciativa privada", lembrou Levy. De acordo com o levantamento, 30% dos recursos a serem aplicados no Brasil são de empresários brasileiros e 25% de estrangeiros, enquanto o capital estatal responde por outros 23%.

Também foram homenageados ontem os 20 novos integrantes do Fórum de Líderes Sociais do Brasil, escolhidos entre os 195 nomes indicados pelos assinantes do jornal.

RESULTADOS MELHORES QUE AS PREVISÕES

Análise de 10.000 balanços mostra capacidade de resistência às crises. O ano de 2001 foi menos dramático para as empresas do que se poderia supor diante dos episódios de impacto fortemente negativos na economia, como o racionamento de energia, a crise na Argentina e os atentados de 11 de setembro. Ao contrário, empresas souberam resistir e até conseguiram aumentar receitas, apesar dos lucros menores em relação a 2000.

É o que mostra a 26ª edição do Balanço Anual - o maior banco de dados sobre as empresas e os negócios brasileiros já elaborado no País -, lançada ontem durante a solenidade de premiação dos novos eleitos do Fórum de Líderes Setoriais da Gazeta Mercantil. Nada menos do que 10.000 empresas tiveram seus balanços analisados, foram agrupadas por setor e subsetor de atividades e classificadas em rankings pela sua receita operacional. O ranking de cada subsetor é precedido de uma análise específica. A revista relaciona, ainda, as 100 maiores empresas por região, as 100 maiores por origem de capital e os 300 maiores grupos brasileiros.

A consolidação dos dados dos 300 maiores grupos empresariais, por exemplo, dimensiona a capacidade de resistência e de enfrentamento dos fatores adversos pelas empresas brasileiras. Revela que as receitas líquidas cresceram 6,51%, para R$ 583,5 bilhões. As dificuldades, no entanto, contribuíram para a revisão de planos de expansão, o que justifica a variação negativa de 1,54% na consolidação do patrimônio líquido destas empresas - de R$ 430,1 bilhões em 2000 para R$ 423,5 bilhões em 2001. Os lucros líquidos também encolheram 4,7% em relação ao ano anterior, para R$ 41,2 bilhões. A rentabilidade do patrimônio ficou em 7,36%, contra 7,67% verificados em 2000, e o endividamento subiu de 47,22% para 50,11%.

Nada que possa justificar qualquer dos muitos prognósticos tenebrosos alardeados ao longo do ano, mesmo com toda a retração provocada pela crise de abastecimento de energia, pelo agravamento da economia argentina e, finalmente, pelo trauma provocado pelos atentados terroristas nos Estados Unidos.

Tanto que, dos 300 maiores grupos empresariais, 234 tiveram lucros em seus balanços, exatamente o mesmo número de 2000. Por origem de capital, 207 grupos são nacionais, e respondem por 47,17% do patrimônio líquido total, 52,12% da receita e 45,40% dos lucros. Completam o ranking 80 grupos estrangeiros e 13 estatais, entre as quais destacam-se pesos pesados como Eletrobrás, Petrobras (que, como em 2000, lideram a relação) , BNDES, Banco do Brasil e Cemig. Juntos, os 13 gigantes de capital estatal somam 30,47% do patrimônio total, 20,48% da receita e 39,36% dos lucros.

Desconcentração - Outra evidência é a continuidade - ainda que de forma tímida - do processo de desconcentração regional da atividade econômica. A hegemonia, tanto no volume de negócios quanto na absorção de investimentos, continua sendo da região Sudeste, mas há sinais de que o processo de concentração está desacelerando, principalmente em função da maturação dos investimentos de infra-estrutura e da expansão da fronteira agrícola, notadamente no Centro-Oeste brasileiro. Segundo o Balanço Anual 2001, a receita líquida das 100 maiores empresas não-financeiras por região aumentou 20% em relação a 2000, para R$ 515 bilhões. Na região Centro-Oeste, este crescimento foi de 31,2%, a maior expansão.

O Sudeste, porém, mantém o status de locomotiva, com receita de R$ 353,3 bilhões, ou 68,4% do bolo. O Sul registra 14,6%; o Nordeste, 7,3%; o Centro-Oeste, 5,8% e o Norte, 3,9%. A proporção é semelhante quando se amplia a análise para o universo das 7.989 empresas não-financeiras. A receita líquida acumulada aumentou 17,4% em 2001, para R$ 818,6 bilhões. O Sudeste abriga 56% destas empresas e fica com 73% das receitas.

Conteúdos Relacionados