FERRUGEM DA SOJA: Paraná registra 616 casos

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O tempo chuvoso aliado às altas temperaturas registradas durante todo o mês passado contribuiu para a disseminação da ferrugem asiática entre as lavouras de soja do Paraná. O Estado já registrou 616 casos, a maior incidência desde 2001, quando foram detectados os primeiros focos da doença. No total, há registros de 1.353 casos distribuídos em 13 Estados do País e o Paraná lidera as estatísticas. Apesar da quantidade de focos, ainda não há registros de perdas de produção. A expectativa é de uma produção estadual de 11,8 milhões de toneladas da oleaginosa.  No entanto, a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja, afirma que pode haver uma subnotificação de focos, principalmente, em Estados da Região Centro-Oeste. ''O Paraná é privilegiado porque tem uma boa estrutura de laboratórios e também é feito um bom trabalho de extensão enquanto outros Estados não contam com este trabalho tão efetivo. Além disso, a tendência é que aumente o número de focos no Rio Grande do Sul, que cultiva uma planta de ciclo mais tardio, enquanto no Paraná os números se mantenham estáveis'', observa. Ela acrescenta que as chuvas e a alta umidade são fatores determinantes para o surgimento da doença. E, neste quesito, o clima promete não dar trégua. Segundo informações do Simepar durante este mês as chuvas devem ser manter dentro do normal ou ligeiramente acima da média. O mesmo deve ocorrer com as temperaturas, que devem ultrapassar em 1º ou 2ºC a máxima registrada em fevereiro de 26,3ºC.

Doença - A pesquisadora explica que o fungo da ferrugem necessita de cerca de seis horas de molhamento folhar para se desenvolver, condições que foram favorecidas durante o mês passado. O sojicultor não tem como impedir a ocorrência da doença nas lavouras porque o fungo é transmitido pelo vento. O tratamento deve ser feito através do monitoramento de culturas, com visitas constantes às lavouras. Depois de detectada a doença deve ser aplicado fungicidas. ''No Paraná, a incidência maior ocorre em períodos reprodutivos. A ocorrência na fase vegetativa aumenta muito o custo de produção das lavouras porque serão necessárias mais aplicações de fungicidas'', observa.

País - Em Mato Grosso, maior produtor do grão no país, o primeiro foco da doença foi notificado em 10 de novembro, em Rondonópolis. Na safra passada, o primeiro registro havia acontecido mais cedo, em Primavera do Leste, no dia 18 de outubro. Ainda assim, o número de focos na atual safra é praticamente o mesmo: são 17 nesta, contra 18 da outra. Para a Embrapa o aumento do número de focos no país também se deve ao fato de os produtores estarem bem informados e relatarem as ocorrências. Mato Grosso do Sul, Estado campeão de focos na safra passada, conseguiu reduzir a incidência da doença só até a metade de janeiro. Após o dia 15, foram 268 focos, o que o faz já ter mais registros nesta safra. São, no total, 397, contra 228 nesta mesma data, no ano passado. (Folha de Londrina)

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