FERRUGEM ASIÁTICA: Prejuízo no campo já passa de 12 bilhões

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A Embrapa Soja vem calculando ano a ano as perdas provocadas pela ferrugem asiática no Brasil desde o alastramento da doença, em 2001. O relatório de 2007/08 deve ser divulgado nas próximas semanas e apontará que os custos (incluindo controle e perdas em grãos) já passam de US$ 8 bilhões (R$ 12,8 bilhões). Houve pequena retração da doença em relação ao ano passado no país, mas o Paraná teve número recorde de casos. Com isso, os custos continuam expressivos, adianta a instituição. No ano passado, os custos já somavam US$ 7,7 bilhões - sendo US$ 2,19 bilhões (28,5%) referentes à safra 2006/07, a que teve o maior prejuízo com a doença desde o início da década. Segundo informações da Embrapa Soja, os prejuízos da safra que está terminando devem ser menores, mas ainda assim bastante expressivos.

Aumentos - O número de casos passou de 662 para 1.038 no Paraná - um aumento de 56,7%. O estado se tornou responsável por quase metade dos 2.106 registros do sistema de alerta nacional monitorado pela Embrapa Soja. A Bahia, que liderou as ocorrências de 2006/07, com 747 casos, teve 64 notificações, número que representa apenas 8,5% dos registros do ciclo anterior. A redução nacional foi atribuída ao clima mais seco e ao vazio sanitário adotado em sete estados. No Paraná, tudo parecia estar dentro da tendência nacional, mas as chuvas fizeram a doença se alastrar a partir de janeiro.

Uma safra paranaense - A perda em grãos pode chegar, em sete safras, perto de 14 milhões de toneladas, pelo menos 1 milhão a mais do que o Paraná (segundo maior produtor nacional) produz por ano. Na primeira safra com a ferrugem (2001/02), a perda em grãos foi de 569 mil toneladas. Porém, quantidade cinco vezes maior deixou de ser colhida na safra 2006/07. O custo da ferrugem torna-se cada vez mais representativo pelas aplicações de fungicida. No ciclo 2005/06, houve em média duas aplicações em 80% da área, enquanto em 2006/07 os produtores fizeram 2,3 aplicações em 99% das plantações, segundo a Embrapa. Na safra passada, a prevenção também teria chegado perto de 100% das lavouras. De acordo com a Embrapa Soja, esse custo continuará representando um peso para a cultura, mesmo com o uso da soja antiferrugem, ou soja inox, que deve chegar ao mercado na próxima década. Isso porque, a resistência apresentada por algumas variedades de sementes em pesquisa não é suficiente para dispensar a prevenção. (Gazeta do Povo)

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