Fenacoop II: Presidente da ACI fala sobre cooperativismo mundial

Durante a abertura do Condecoop – I Congresso Internacional do Desenvolvimento Cooperativista e que acontece em São Paulo durante a Fenacoop, o presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), o italiano Ivano Barberini, demonstrou o panorama geral do cooperativismo mundial e suas principais tendências, ressaltando a importância da cultura do desenvolvimento estar aliada à melhoria das condições de vida de toda a população, principalmente das classes menos privilegiadas. “O desenvolvimento econômico só tem valor se for acompanhado de mudanças sociais”, acredita Barberini.

Reconhecimento - Neste contexto, segundo o italiano, o cooperativismo tem total condição de atuar de forma consistente. “Nunca antes o sistema cooperativista obteve tanto reconhecimento por parte das instituições internacionais”. Para ele, isso deve se traduzir em formas concretas como políticas e legislações consistentes em nível mundial. Uma das tendências prementes no planeta é a chamada “economia social”, que na Europa já representa 8% da força de trabalho, o que engloba nove milhões de pessoas. O Parlamento Europeu define a economia social pela prioridade do indivíduo sobre o capital. O objetivo das cooperativas sociais é o trabalho voltado especificadamente para a melhoria da situação social das pessoas carentes e grupos marginalizados, como idosos ou deficientes mentais. Na Itália, as cooperativas sociais já são o maior fornecedor de serviços sociais do País.

Perspectiva mundial – Oficialmente, o cooperativismo mundial completa, em 2004, 160 anos. Com 800 milhões de cooperados, a atividade está presente em mais de 100 países. A ACI foi formada em 1895 e congrega, hoje, 229 organizações cooperativistas. “A empresa cooperativa demonstrou, ao longo de todos esses anos, uma grande capacidade evolutiva, passando com competência dos setores mais tradicionais para os inovadores”, afirmou Barberini. Outros exemplos que comprovam o grande alcance do cooperativismo no mundo são as mais de cinco milhões de cooperativas na Índia e o fato de 40% da população norte-americana estarem ligados a alguma cooperativa.