Fazendeiros tentam impedir prejuízo

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Os proprietários da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira (47 km ao sul de Cornélio Procópio, norte do Estado) tentarão impedir na Justiça o sacrifício sanitário dos 1,8 mil bovinos da propriedade. A decisão sobre o abate dos animais deve sair amanhã durante reunião do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), que será realizada no anfiteatro da Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária (Seab) a partir das 13h30. O advogado do proprietário impetra nesta terça-feira (10/01) uma ação com pedido de liminar, na Justiça Federal de Londrina.

Isolamento - Além de pedir o abate comercial, eles irão solicitar que o sacrifício ocorra somente depois que for feito o isolamento viral nos animais da propriedade. Para confirmar o foco de aftosa na propriedade, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se baseou em exames de sorologia e na vinculação epidemiológica, uma vez que 177 cabeças foram trazidas de Eldorado (MS), município considerado foco da doença. Metade dos 209 bovinos examinados apresentaram reação positiva ao exame de sorologia.

Demora - Se o sacrifício for definido amanhã - e ficar decidido que os animais sejam enterrados na Cachoeira - o núcelo da Seab de Cornélio Procópio (que abrange São Sebastião da Amoreira) informou que o abate de todo o rebanho deve demorar de oito a dez dias. Segundo o chefe do núcleo Roberto Moreira, a capacidade de sacrifício é de 200 cabeças por dia. ''Estamos preparados para iniciar os trabalhos quando formos solicitados, nossa estrutura está pronta. No entanto, no fundo o que a gente esperava é que o Ministério (Mapa) voltasse atrás sobre o foco de aftosa. A esperança é a última que morre e ainda faltam uns dias'', disse Moreira. Segundo ele, para enterrar todo o rebanho serão necessárias de duas a três valas.

Alternativas - Para o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Gabriel Alves Maciel, a expectativa é que durante a reunião de amanhã não seja tomada nenhuma decisão que prejudique o Estado. Segundo ele, podem ser estudados em conjunto pelo Mapa e pela Seab decisões sobre a melhor forma de sacrifício do rebanho. Maciel também explicou que é possível que o sacrifício seja feito em frigorífico, no entanto, ''a União Européia tem restrições fortíssimas'' a esse procedimento. Ele afirma, no entanto que, epidemiologicamente, esse tipo de abate pode ser feito. Nesse caso, o gado tem que ser transportado em caminhão baú lacrado e toda a carcaça deve ser queimada em fornos de alta pressão. Durante a reunião de amanhã também será discutido uma ''campanha reforço'' de vacinação contra a febre aftosa em todo o rebanho que está em um raio de 25 quilômetros em toda a fronteira do Paraná e do Paraguai. O assunto também será discutido no próximo dia 20, em Curitiba, durante uma reunião entre técnicos paranaenses e paraguaios. (Folha de Londrina)

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