EXPEDIÇÃO SAFRA: Sobrecarga no campo

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Otimistas em relação à produtividade, os agricultores do Paraná preveem pressão fora do comum no escoamento da safra de grãos. Além de maior, a colheita deve ser concentrada, porque o plantio começou tarde e se abreviou em três semanas. Nas regiões Oeste e Centro-Oeste do Paraná, percorridas pela Expedição Safra Gazeta do Povo nesta semana, há preocupação com falta de colheitadeiras, de secadores e de caminhões, o que significa aumento no preço do frete.

Noites frias - Depois da falta de chuva registrada em setembro, o clima favorável ao desenvolvimento das plantas e ao enchimento dos grãos trouxe noites frias à região de Campo Mourão (Centro-Oeste). Esse fator contribuiu para a concentração da colheita, por atrasar o ciclo de parte das lavouras. Agora, as chuvas diárias não deixam o sol secar áreas que já poderiam estar sendo percorridas pelas colheitadeiras.

 

Aluguel - "A colheita vai ser concentrada e vou ter que alugar máquina, mas como todo mundo por aqui está na mesma, não sei se vou achar colheitadeira em algum vizinho", afirma o produtor Jaime Neitzke, de Campo Mourão. Ele cultiva 82 hectares de soja e 40 de milho. Poderia usar apenas a colheitadeira que possui se tivesse conseguido escalonar o plantio. Neitzke pode colher 3,6 mil quilos de soja por hectare - 700 quilos a mais do que a média do estado.

 

Secadores - Para Gilberto Guarido, técnico da Coamo, o problema será a falta de secadores. Se a umidade não cair, a produção tende a sair mais úmida do que nos últimos anos do campo. E se a colheita concentrada se confirmar, a demanda deve ir além da capacidade da estrutura de secagem do estado. Em Ponta Grossa (Campos Gerais), a Cargill ampliou o pátio, para que os caminhões não se acumulem a ponto de ocuparem as margens da BR 376. Conforme Cláudio Rizzato, um dos diretores da Coamo, em 9 de janeiro do ano passado, a cooperativa já tinha recebido 4,6 milhões de sacas de milho e soja. Neste ano, até essa mesma data, só chegaram 140 mil sacas.

 

Produção maior - Com tanta chuva e cotação em alta, o agrônomo Rudimar Soares confirma aposta 12% maior no milho safrinha. Ele assiste produtores que plantam 3,8 mil hectares na região de Toledo (Oeste). Basta que a chuva dê trégua para destravar a colheita da soja e liberar os 2,7 mil hectares que o cereal deve ocupar.  (Gazeta do Povo)

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