EXPEDIÇÃO SAFRA II: Perseverança fomenta o campo

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Na região agrícola da China que mais produz soja e milho, o Nordeste, a atividade ainda depende da força dos trabalhadores que limpam as lavouras com enxadas e espalham as sementes no solo com as próprias mãos. Sem o uso de tecnologias comuns nos países exportadores de grãos, pequenos lotes cultivados com capricho rendem 190 milhões de toneladas do cereal e 13 milhões de toneladas da oleaginosa por temporada, mas com muito esforço.

 

Volume maior - O volume é 60% maior que o colhido no Brasil nessas duas culturas, graças ao uso de uma área com tamanho dobrado para o cereal. Com maquinário, biotecnologia ou plantio direto, o rendimento poderia ser bem maior. Em áreas equivalentes, os agricultores brasileiros colhem 70% mais soja e os norte-americanos obtêm 80% mais milho.

 

Fatores - Uma série de fatores impede a adoção dessas tecnologias. As terras são coletivas e cada trabalhador rural tem direito a explorar cerca de um hectare, área equivalente a um campo de futebol. Por si só, esse sistema dificulta a escala e limita a produtividade. Outra questão crucial é o inverno rigoroso. As lavouras da região de Harbin ficam cobertas com até um metro de neve durante o inverno, influência da Sibéria. Agricultores como Zhu Xiang e Qiang Iun amontoam a palha do milho para queimar na estação fria. Se ficasse no solo, a palhada atrapalharia o trabalho com as enxadas, necessário ao controle das plantas daninhas no cultivo de sementes convencionais – que não permitem o uso de herbicida na fase emergencial.

 

Produção mundial - Com 20% da população do planeta, a China detém só 7% da produção agrícola mundial. Essa diferença mostra por que o trabalho no campo é tão importante no país. Para ajudar a alimentar a população crescente, os agricultores retiram de 160 milhões de hectares cerca de 500 milhões de toneladas de alimentos. Milho, soja, arroz e trigo rendem 460 milhões (t) – 2,9 vezes a produção brasileira total de grãos. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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