ETANOL: Brasil sedia Conferência Internacional sobre Biocombustíveis

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Com 27 bilhões de litros previstos para a safra 2007/2008, o Brasil é o maior produtor mundial de etanol feito a partir da cana-de-açúcar. Por sua excelência, o País sediará a Conferência Internacional sobre Biocombustíveis: Os biocombustíveis como vetor do desenvolvimento sustentável, que será realizada em São Paulo/SP, de 17 a 21 deste mês. Governo federal e especialistas do setor vão apresentar e debater a experiência brasileira de quase 35 anos no uso e na produção do etanol. Uma delegação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participará da conferência, ao lado de representantes de quase 50 países.

Desafios e oportunidades em debate - A conferência, promovida pelo governo federal, contribuirá para a discussão internacional sobre os desafios e oportunidades apresentados pelos biocombustíveis. Temas relacionados, como segurança energética, produção e uso sustentáveis, agricultura, processamento industrial também serão debatidos, além de questões de especificações e padrões técnicos, comércio internacional, mudança do clima e o futuro dos biocombustíveis.   O evento terá dois segmentos: um conjunto de cinco sessões plenárias, abertas ao público nos dias 17, 18 e 19, e o segmento intergovernamental de alto nível, nos dias 20 e 21, com participação o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.         

Matriz limpa e renovável - A cana-de-açúcar responde por 16% da matriz energética brasileira, uma das mais limpas e renováveis do mundo, atrás apenas do petróleo e derivados (37%). Da planta aproveita-se o caldo, o bagaço e a palha da cana para produção de açúcar, etanol, adubo e bioeletricidade, com vantagem de reduzir impactos ambientais e gerar créditos de carbono. O território brasileiro, com 851 milhões de hectares, tem menos de 1% ocupado com o plantio da cana-de-açúcar, para produção de açúcar e álcool. Pouco mais da metade da cana-de-açúcar é empregada pelo setor sucroalcooleiro, 57%, para a produção de etanol; restante, para a produção de açúcar e, um pequeno percentual, destinado a outros produtos como aguardente, rapadura e forragem animal. 

Etanol como commodity - De acordo com a Secretaria de Produção e Agroenergia (SPAE) do Mapa, os investimentos externos no setor industrial do açúcar e do álcool brasileiro estão em torno de 15%. O consumo do etanol já é maior que o da gasolina e os veículos brasileiros flex fuel permitem a utilização de até 100% do etanol hidratado. O álcool anidro é misturado, atualmente, à gasolina na proporção de 25%. O Brasil tem frota estimada em mais de seis milhões de veículos flex fuel. Há previsão de investimentos de R$ 30 bilhões na instalação de novas unidades produtoras até 2012. O País, desde 1925, faz testes utilizando etanol misturado à gasolina. A intenção do governo é fortalecer a cooperação internacional, difundir a experiência nacional com os biocombustíveis, transmitir conhecimento e tecnologia para desta forma, criar condições para que outros países também produzam etanol de forma sustentável. Assim, o biocombustível se consolidará como uma commodity que gera investimentos não só no Brasil, mas também em países parceiros do Caribe, África e Ásia. (Mapa)

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