ESTIAGEM II: Seca persiste e derruba a safra de soja na Argentina

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Fator importante no lado dos fundamentos que atualmente colaboram para oferecer uma sustentação mais sólida às cotações internacionais da soja, a estiagem que prejudica as lavouras na Argentina já mostra que trará prejuízo maior que o inicialmente esperado aos produtores do vizinho.

Retomada - A área plantada no país no fim de 2008/09 levou os analistas a prever uma colheita de cerca de 50 milhões de toneladas na temporada, o que significaria a retomada de uma tendência de crescimento interrompida no ciclo 2007/08, quando a produtividade decepcionou e o volume caiu. Apesar de terem ocupado 16,6 milhões de hectares, uma área 2,8% superior à de 2006/07, o volume colhido em 2007/08 foi de 46,2 milhões de toneladas, 2,7% inferior. Nesta safra 2008/09, apesar das perspectivas iniciais otimistas, os sinais atuais indicam uma redução de pelo menos 3 milhões de toneladas em relação a 2007/08.

Novos cortes - "As previsões por lá sinalizam que a colheita deverá ficar mais perto de 40 milhões de toneladas", afirma Antonio Sartori, da corretora gaúcha Brasoja. No relatório de oferta e demanda de grãos que divulgou na última segunda-feira, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu pouco a previsão para a produção argentina, mas novos cortes são esperados.

Um milhão a menos - Para o USDA, a Argentina ainda colherá 49,5 milhões de toneladas em 2008/09, 1 milhão a menos que o estimado em dezembro. As exportações do país, conforme o órgão americano, poderão atingir 14,4 milhões de toneladas, apenas 300 mil a menos que o projetado em dezembro. A Argentina é o terceiro maior país exportador de soja do mundo, atrás de EUA e do Brasil.

Números irreais - Para produtores e analistas argentinos, os números do USDA são irreais e a possibilidade de recuperação da safra é nula. Nesta semana, o clima permaneceu seco em importantes regiões de grãos do país nas províncias de Córdoba, Santa Fé e Buenos Aires, para as quais chuvas são esperadas apenas na semana que vem, segundo previsões meteorológicas acompanhadas pela agência Dow Jones Newswires.

Alívio no Brasil  - As mesmas previsões apontam alívio também no Sul do Brasil, onde a seca restringe a safra de grãos. No Rio Grande do Sul e no Paraná, como já informou o Valor, as perdas são significativas e colaboraram para reduções nas projeções para a safra nacional. No caso paranaense, a quebra no milho é até mais expressiva.

(Valor Econômico)

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