El Niño intenso pode voltar e prejudicar agricultura

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O fenômeno El Niño, que causou danos materiais e às lavouras no valor de US$ 96 bilhões em 1997 e em 1998, pode estar retornando por causa de um aquecimento inesperado do Oceano Pacífico em fevereiro, que reduziu a pressão atmosférica do Taiti à Austrália para o patamar mínimo dos 22 últimos anos. Alteração semelhante oito anos atrás resultou no intenso El Niño que causou estiagens na Ásia, inundações na América do Sul e tornados nos Estados Unidos. As águas mais quentes deverão alcançar as costas da América do Sul no fim deste mês, aumentando as temperaturas da superfície ao longo do caminho, informou Centro Nacional do Clima de Melbourne, na Austrália.

Risco de 50% - Apesar do forte alerta as chances do fenômeno El Niño desenvolver-se até meados do ano são de cerca de 50%, em comparação com os 20% normais. A volta de El Niño, que emerge primeiro na Austrália e leva meses para se desenvolver, poderá agravar as estiagens que ressecaram os cafezais no Vietnã, as plantações de cana-de-açúcar na Índia e na Tailândia e as de soja no Brasil. A GE Insurance Solutions, unidade da General Electric, já suspendeu as vendas de apólices de seguro agrícola para novos clientes. "El Niño vai nos afetar mundialmente na agricultura. Em 1998, na última grande manifestação do fenômeno, tivemos perdas na América Latina", afirmou Karl Schneider, gerente geral da área de seguros agrícolas da GE Insurance Solutions, na Suíça.

Tornados e estiagem - A manifestação mais forte do fenômeno, quando as temperaturas da superfície no Pacífico tropical são acima de 2ºC mais quentes do que a média, aumenta a probabilidade de ocorrência de fortes tornados e estiagens. O El Niño que se desenvolveu em 2003 foi classificado como fraco, e a versão de 1997/98 foi muito forte. "O atual aquecimento no Pacífico central é um fato transitório e não deve ser considerado um indicador definitivo", diz Fei-Fei Jin, professor de meteorologia da Universidade Estadual da Flórida. (Gazeta Mercantil).

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