Departamento Veterinário da Cocari destaca controle estratégico de verminoses em bovinos
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Sempre atenta às soluções que contribuem para a redução de custos de produção de seus cooperados, orienta os pecuaristas quanto à importância do controle parasitário em bovinos, que além evitar perdas econômicas, garante a saúde e o bem-estar dos animais.
Conforme esclarece o consultor do Departamento Veterinário da Cocari (Devet), Eduardo Henrique Berns, verminoses são doenças que trazem sérios prejuízos ao animal, comprometendo seu desenvolvimento e desempenho produtivo. “As verminoses reduzem a absorção de nutrientes e prejudicam a utilização do alimento ingerido, destroem todo o revestimento e a estrutura do local parasitado e, eventualmente, podem causar a morte do animal”, alerta
Efeitos da doença
Os efeitos da doença sobre os bovinos irão depender do grau de infecção em que se encontram, e isso irá depender de diversos fatores, tais como as condições climáticas, vegetação, solo, tipo de exploração, raça e idade do animal, e o tipo de pastagem.
No Brasil em função das condições climáticas, os bovinos, em sua grande maioria, sofrem com a infestação parasitária durante todo o ano e mais intensamente no período da seca (inverno). “A eliminação total destes endoparasitas é praticamente impossível, devido a sua capacidade de multiplicação e adaptação ao meio ambiente”, informa o consultor.
Animais mais sensíveis à doença
O veterinário aponta que os animais mais jovens e de recria, assim como as vacas no período de pré-parto, são as categorias mais sensíveis às verminoses. Os animais parasitados apresentam atraso no crescimento, com redução do ganho de peso até a desmama em até 10%, resultando em animais mais leves ou atrasando a idade de desmama. “Este atraso reflete-se ainda na redução da fertilidade (12% a menos no número de bezerros), e ainda podendo levar a infecções secundárias por bactérias”.
Eduardo acrescenta que as raças de origem europeias e os cruzados (taurinos x zebuínos) apresentam maior susceptibilidade aos parasitas do que as raças zebuínas, principalmente aos parasitas externos, em particular os carrapatos. “Um animal parasitado por vermes redondos, por exemplo, chega a perder cerca de 250ml de sangue diariamente, levando o animal a anemia severa”, adverte.
Vermes e os prejuízos financeiros
Os vermes intestinais provocam enterites e diarreias, levando à desidratação e fraqueza. Vermes nos pulmões desencadeiam pneumonia (bronquite parasitária).
A cisticercose bovina (enfermidade considerada zoonose) não causa sinais clínicos que comprometam a produção ou saúde dos animais, mas seu impacto é direto no abate, pois quando encontrada na carne é descontado do pecuarista em média 30% do valor que seria pago pelo animal. “Podemos considerar que todos os bovinos criados no sistema extensivo de produção encontram-se parasitados, sendo em maior ou menor grau, porém os danos causados pelos vermes nem sempre são visíveis”, aponta.
Uma pesquisa da Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande (MS), mostra que, “no Brasil, são registrados cerca de US$ 14 bilhões ao ano de prejuízos econômicos, causados pelos parasitas dentro das propriedades. Metade do valor - US$ 7 bilhões - são em decorrência de vermes”, aponta o estudo. “Estima-se que são de US$ 3,2 bilhões ao ano os prejuízos provocados pelos carrapatos à economia do país”, de acordo com a Embrapa.
Classificação das verminoses
As verminoses podem ser classificadas em forma clínica ou subclínica. No quadro clínico, os animais exibem sinais clínicos evidentes, como diarreia, mucosas pálidas (anemia), perda de apetite, pelos secos e sem brilho, emagrecimento, edema de barbela, debilidade das condições físicas e até mesmo a morte. No entanto, esta situação ocorre somente em 2 a 10% dos casos.
Já as verminoses subclínicas, constituem 90 a 98% dos casos, e não apresentam sinais clínicos típicos de uma verminose, elas caracterizam-se por provocar retardo no crescimento, diminuição do ganho de peso, diminuição da produção leiteira, retardo nas atividades reprodutivas e predisposição a outras doenças. “A verminose subclínica pode impedir o ganho de peso de até 45 kg/ animal/ano, sem que o produtor se dê conta dos prejuízos provocados pelo mau desempenho do animal”, destaca o consultor.
Vias de infecção
Os vermes podem atingir os animais por diferentes vias de infecção. A maioria das espécies é adquirida por via oral, pela ingestão de larvas (L3) presentes nas pastagens e algumas delas pela ingestão de ovos larvados.
As larvas de algumas espécies podem ainda penetrar através da pele dos animais ou até mesmo passarem da vaca para o bezerro através do colostro. “Para combatermos esses parasitas é necessário adotarmos um controle estratégico eficiente. Vale ressaltar que não existe uma ‘fórmula mágica’, e sim um protocolo estipulado de acordo com a necessidade e o desafio de cada propriedade”, pondera o veterinário.
Ele aponta que o controle estratégico da verminose bovina é, por definição, preventivo, e seus efeitos são notados somente a médio e a longo prazos. “Para se chegar a um controle eficiente e econômico é necessário estudar a epidemiologia dos helmintos nas diferentes regiões ecológicas e, desta forma, conhecer melhor a dinâmica dos helmintos no animal e na pastagem”.
Controle de verminoses
A principal forma de controle das verminoses se dá através da aplicação de vermífugos. “No mercado existem modernos endectocidas, que são caracterizados pelo seu amplo espectro de ação, atuam em parasitas internos e externos, e têm sua liberação programada e ação prolongada no organismo animal. Tão importante quanto o produto de boa qualidade, também é a estratégia de controle parasitário e deve ser adotada na época do ano mais oportuna, que é no período do inverno, quando as quantidades de vermes nos animais são maiores do que nas pastagens, sendo mais eficiente o tratamento dos animais neste período, reduzindo a infestação nos pastos”, enfatiza
A aplicação do vermífugo deve ser seguida de acordo com as recomendações de fabricante. “Devemos realizar aplicações nas doses corretas e com o princípio ativo específico de acordo com a categoria animal a ser tratada”, reforça Eduardo.
Para um controle estratégico eficiente, “é muito importante que o produtor adote outras medidas associadas com a aplicação de vermífugos, como por exemplo, realizar a rotação de piquetes promovendo uma espécie de vazio sanitário na área, fornecer água limpa e de boa qualidade em bebedouros limpos, evitar a superlotação de animais em áreas muitos pequenas”, ressalta o consultor do Devet
Para mais informações sobre o controle de verminoses, o produtor deve procurar o Departamento Veterinário da Cocari (Devet), onde o médico veterinário poderá auxiliá-lo a montar uma estratégia de combate eficiente de acordo com os desafios de sua propriedade. (Assessoria de Imprensa Cocari)