COPENHAGUE: Emergentes se opõem a texto dinamarquês de acordo climático

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Países como Brasil, China, Bolívia e Sudão, em representação aos países do G-77, atrasaram nesta quarta-feira (16/12), o início dos discursos dos líderes políticos para protestar contra a nova minuta dinamarquesa de acordo, que consideram que "saiu do nada". A ex-ministra do Meio Ambiente dinamarquesa e até então presidente da cúpula da ONU sobre mudança climática (COP-15), Connie Hedegaard, anunciou que a Presidência dinamarquesa apresentará nesta quarta-feira uma nova minuta que reunirá os resultados das duas vias de negociação.

Acordo - Os 192 países reunidos na Dinamarca buscam selar um acordo internacional de redução de gases do efeito estufa que substitua o Protocolo de Kioto, que expira em 2012, e que determine o financiamento que os países ricos destinarão à mitigação da mudança climática nas nações em desenvolvimento. As delegações do Brasil, China, Bolívia e Sudão criticaram que a Presidência dinamarquesa imponha agora um novo texto, depois que 130 países negociaram durante toda a madrugada para alcançar acordos. "Não assinaremos nenhum texto saído do nada", disse um delegado do Sudão.

Risco - O chefe da delegação chinesa, Su Wei, disse que essa medida "ilegítima e injustificada coloca em risco" o sucesso da conferência. "Todos tínhamos a esperança de que poderíamos seguir trabalhando sobre a base legítima dos textos que tanto nos custou para definir", afirmou. Da delegação boliviana, afirmaram que o novo texto dinamarquês, ainda à espera de ser apresentado às partes, "não é o resultado de um processo democrático, transparente, participativo e includente". O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, pediu às delegações que evitassem criticar um texto que ainda não foi apresentado formalmente e disse que a proposta dinamarquesa "reúne os resultados" alcançados pelos dois grupos de trabalho da cúpula.

Presidente da COP-15 renuncia - A presidente da conferência das Nações Unidas para mudanças climáticas (COP-15) em Copenhague, Connie Hedegaard, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (16/12). Hedegaard, que vinha sendo acusada por representantes de países em desenvolvimento de querer beneficiar os países ricos nas negociações, será substituída pelo primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen. As razões da renúncia ainda não estão claras. Hedegaard disse que seria mais apropriado que a conferência fosse presidida pelo primeiro-ministro tendo em vista a presença de tantos chefes de Estado nos estágios decisivos do evento, marcado para terminar na sexta-feira (18/12). (Agência Estado)

Conteúdos Relacionados