COOPERTRADIÇÃO: Workshop sobre resistência de plantas daninhas é realizado em Pato Branco

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A resistência de plantas daninhas a herbicidas é um fenômeno mundial que tem se intensificado no Brasil. As plantas daninhas que escapam do controle dão um prejuízo para a lavoura porque competem com as plantas cultivadas, trazendo uma série de impactos negativos à atividade agrícola. Para debater e conhecer as estratégias de manejo e controle de plantas daninhas, profissionais ligados ao setor agrícola, estudantes e produtores estiveram reunidos, no último dia 23 de maio, no Centro Regional de Eventos de Pato Branco. As discussões aconteceram no workshop promovido pela Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pato Branco (AEAPB) e pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em parceria com a Coopertradição.

Alternativas - O presidente da AEAPB e gerente de planejamento e novos projetos da Coopertradiçâo, Clodomir Luiz Ascari, explicou que o evento tratou de um problema levantado pela própria comunidade. "Com o objetivo de atender e tentar resolver o problema da resistência de plantas daninhas a certos herbicidas promovemos esse workshop que buscou apresentar as alternativas existentes para solucionar o problema". Clodomir destacou que como as plantas daninhas são resistentes a alguns componentes químicos e não a todos, é indicada a rotação de herbicidas que permite o uso de outros ingredientes ativos para o controle.

Temáticas - Apresentar a situação atual da resistência no mundo, no Brasil e na região Sul, foram destaques da palestra do professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Ribas Vidal, que enfatizou a resistência das ervas daninhas ao herbicida Glifosato. "O Glifosato é um herbicida utilizado antes da semeadura da soja para eliminar a vegetação daninha. Como ele é utilizado continuamente na cultura da soja, o seu uso acabou selecionando plantas que escapam do controle desse herbicida". O professor Vidal salientou que uma solução é contar com o controle preventivo, fazendo o manejo e a rotação da lavoura com um controle químico alternativo, ou seja, utilizando outro herbicida para complementar o controle daquele que está falhando.

Primeiras ações - O professor e palestrante da UFRGS, Aldo Merotto, durante sua palestra que abordou o tema "Resistência de Plantas Daninhas a herbicidas: fundamentos e aplicações" enfatizou que as primeiras ações a serem feitas é definir como esse processo ocorre e quais as suas causas, para posteriormente abordar a solução ou estratégias de manejo que devem ser usadas pelo produtor e definidas pelos técnicos e agrônomos para que o problema possa ser num primeiro momento prevenido e num segundo momento controlado.

Pesquisas - Trabalhos de pesquisa voltados à incidência de ervas daninha na região vêm sendo feito há alguns anos pelo professor da UTFPR, campus de Pato Branco, Michelangelo Trezzi, que abordou os resultados da resistência das plantas ao Glifosato e as soluções encontradas. De acordo com o professor, esses estudos procuram apontar as perdas que uma infestação dessas espécies e a falha no momento da dessecação podem causar a lavoura. "Se o processo falhar, quanto maior for o estágio de desenvolvimento dessa planta daninha, maior será o prejuízo para os agricultores", comentou.

Perda - Michelangelo também explicou que, se a espécie germinar próximo a área emergente de uma cultura como a soja, por exemplo, cada planta de erva daninha resistente vai causar aproximadamente a perda de um saco de soja por hectare. "É uma perda muito grande quando ela emerge junto com a cultura da soja, porém, quando ela emerge antes e já está bem desenvolvida, os prejuízos serão maiores ainda" enfatizou.

Capacidade competitiva - Outro trabalho conduzido pela UTFPR foi para verificar algumas características de cultivares de soja que teriam maior capacidade competitiva com as plantas daninhas. Segundo ele, o experimento testou sete cultivares de soja com características importantes que determinariam perdas menores com a infestação das ervas. "As características mais importantes que detectamos nesse processo foram as cultivares que tem um índice de área folhar elevado, um bom desenvolvimento de matéria seca nas folhas e de matéria seca no caule e que seriam capazes de fechar o ciclo da cultura mais rapidamente", completou. (Imprensa Coopertradição)

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