COOPAVEL II: Cooperativa realiza 5ª edição do Encontro Técnico de Inverno

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Planejar, plantar.... enfim, arriscar para depois colher. Plantar no inverno é assim, sempre com um certo risco, mas também com a esperança, que o agricultor nunca perde. Assim é o ciclo de produção de inverno, que faz um emaranhado de dúvidas na cabeça do produtor, que não sabe até onde pode arriscar seus investimentos, mas sempre aposta em ter rendas para a sustentabilidade da propriedade nesse período.

Opções - Nem todas essas dúvidas podem ser esclarecidas pela ciência, até porque a climatologia é inconstante, mas os pesquisadores podem indicar opções de culturas de menor risco e orientar procedimentos de produção menos arriscados. Foi com essa intenção que a Coopavel realizou a 5ª edição do Encontro técnico de Inverno, no final de agosto.

Objetivos atingidos - E os objetivos foram atingidos, porque o evento contou com muitas sugestões tanto para agricultura, como para pecuária e outras diversificações favoráveis às propriedades para produção clima frio, independente do seu tamanho da área disponível pelo produtor.

Público - Sob o aspecto da participação também foi positivo, pois mais de 3,5 mil agricultores estiveram no encontro e fizeram contato com profissionais de empresas de pesquisas como a Embrapa, o Iapar e a Coodetec, bem como com a Emater e com as empresas privadas desenvolvem tecnologias na área de insumos e defensivos como a Syngenta, a Bayer, a Basf, a Fundação Meridional e a Fundação Pró Sementes.

Avaliação - Na avaliação do diretor presidente da Coopavel o encontro técnico de inverno valeu pela transferência de tecnologias aos produtores, em todas as culturas de inverno, onde foram apresentadas muitas variedades novas. "Esse é um trabalho que vem de encontro aos objetivos da cooperativa, que é o de mostrar ao agricultor as técnicas que favorecem o aumento da produtividade, viabilizando as propriedades", disse Dilvo Grolli.

Aprender - Para o coordenador do evento, Rogério Rizzardi, este cumpriu seu objetivo, principalmente pela qualidade do público, agricultores que se mostraram bastante preocupados em aprender. Por outro lado, as parcelas de trigo cultivadas de acordo com o zoneamento, mostrou que plantar na época certa evitar perdas. "Aqui o trigo não foi afetado pela geada ou excesso de chuvas", disse lembrando que muitas vezes o produtor tem pressa em plantar e acaba se antecipando ao período recomendado, o que acarreta em perdas ao final da safra.

Trigo em destaque - Embora tenha contado com inúmeras opções de diversificação, o foco principal foi mesmo para o trigo. O cereal ganhou destaque em inúmeras estações com novas variedades, cada uma com características importantes como resistências a doenças e pragas, altas produtividades e qualidade de grãos. Embora o agricultor esteja um pouco decepcionado com a safra desse ano, que teve perdas significativas por conseqüência da grande quantidade de chuvas e geadas, o pesquisador da Embrapa Manoel Carlos Bassoi, disse que o produtor precisa pensar no sistema como um todo e não na safra de trigo isoladamente. "Há toda uma estrutura da propriedade que não pode ficar parada, como pessoas, maquinários e o próprio solo, além da necessidade de fazer rotação de culturas na lavoura". Segundo o pesquisador, é importante lembrar que o produtor não perde somente com safras de trigo, mas já teve perdas com milho safrinha e também com as lavouras de verão, por conta de intempéries climáticas. 

Mercado - Bassoi também lembrou que a produção de trigo também se faz necessária perante as expectativas futuras de mercado. Uma das razões é a produção mundial. "A Argentina, por exemplo, está com problemas na produção de trigo. Já chegou a produzir 20 milhões de toneladas e hoje não chega a 9 milhões".

Riscos - Mas há algumas ações que podem ser tomadas para reduzir os riscos, como fazer um bom manejo da área, adubando-a adequadamente. "Isso vai inclusive reduzir os custos com fertilizantes na safra de verão", destacou o engenheiro agrônomo e pesquisador do Iapar Juarez Campolina Machado. Ele também sugeriu escalonar o plantio, e plantar de acordo com o zoneamento, tentando escapar das épocas de maior estresse para a cultura, além de adequar as cultivares ao zoneamento, conforme a época de plantio e a região. Outro fator importante é a diversificação de cultivares, dividindo a área em no mínimo duas ou três épocas.  

Qualidade do grão - Além disso, é importante se opte pelo plantio de variedades de trigo com boa qualidade de grãos, de acordo com as novas exigências de mercado, e com maior resistência. "'E preciso saber escolher. Às vezes é mais importante optar por uma variedade resistente do que por uma de alta produtividade", explicou Manoel Bassoi, da Embrapa Soja, de Londrina/PR. (Imprensa Coopavel)

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