COOPAVEL: Agregação de valor impulsiona crescimento do cooperativismo, avalia Grolli

O fato das cooperativas do Paraná estarem investindo cada vez na transformação das matérias-primas recebidas dos cooperados em produtos de maior valor agregado está impulsionando o crescimento do setor, na avaliação do presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, que esteve na sede da Ocepar, em Curitiba, na última sexta-feira (16/09), em visita ao presidente da entidade, João Paulo Koslovski. “As cooperativas, em particular, a Coopavel, vem investindo muito na agregação de valor. Não se vende mais uma saca de milho ou uma saca de soja, mas vendemos um quilo de carne, tanto de frango como suínos. Também não vendemos mais apenas o leite in natura. Vendemos o iogurte, entre outros produtos elaborados dentro dos laticínios das cooperativas. Hoje, 75% dos produtos que a Coopavel recebe são transformados em leite, em carne de aves, suína ou bovina. Esse índice está crescendo”, destaca. 

Moinho de trigo – Para o ano de 2012 a Coopavel pretende inaugurar o seu moinho de trigo. “Era a unidade que estávamos precisando para fechar a transformação de todas as matérias-primas que recebemos de nossos cooperados. A partir de junho de 2012, teremos uma nova indústria de trigo, um moinho com capacidade para 400 toneladas por dia e cujo objetivo de atender os associados”, disse. De acordo com Dilvo, esse será um grande incentivo para os triticultores da região onde a cooperativa atua, Oeste do Estado, ressaltando que faltam políticas públicas de apoio à cultura. “Nós temos uma dificuldade dentro do Brasil porque os moinhos nacionais tem privilegiado a compra do trigo importado pela facilidade de financiamento, pela qualidade do grão, às vezes um pouco melhor que o nosso, mas isso não quer dizer que o trigo brasileiro tenha problema. É um trigo que tem crescido em qualidade, em produção, mas não tem ninguém que acolha o produtor rural brasileiro. Primeiro, nós temos que dar uma alavancagem na triticultura nacional, não só na questão do financiamento para o produtor plantar como também dar uma garantia de compra do produto. A Coopavel, nesse sentido, tem o objetivo de absorver o trigo produzido pelos seus cooperados por meio do novo moinho”, ressaltou. 

Show Rural 2012 – Em sua visita à Ocepar, Dilvo Grolli destacou ainda a realização do Show Rural 2012, de 06 a 10 de fevereiro de 2012, em Cascavel. “É um evento tradicional que já conquistou espaço dentro do agronegócio brasileiro. Ele tem atraído em torno de 180 mil pessoas e o próximo ano não será diferente. É um evento que tem a proposta de levar ao agricultor tecnologias para aumentar a produtividade, de preservar o meio ambiente e de valorização do homem do campo. Ele se torna uma vitrine do agronegócio mundial. Estarão presentes 400 empresas que atuam nas mais diversas áreas, como insumos e de produtos para o pecuarista e para o agricultor. É um momento ímpar”, afirmou. 

Tecnologias – O presidente da Coopavel disse ainda que no Show Rural serão mostradas tecnologias para todos os tipos de propriedades rurais, preparando os agricultores para as tendências do agronegócio e situando-os sobre o que está acontecendo no cenário internacional. “Nos próximos 20 anos, nós teremos espaço para crescimento de 80% em produtividade dentro do estado do Paraná, sem precisar ocupar um metro a mais de área agricultável, somente com as novas tecnologias que já estão à disposição do produtor rural e aquelas que vão vir para promover o aumento da produtividade num mesmo espaço de terras que se planta hoje. O Paraná ocupa 2,6% do território nacional e é o principal produtor de grãos do Brasil. O nosso estado já tem tradição no uso de tecnologia e a proposta do Show Rural é justamente apresentar aquelas que são mais adequadas para as pequenas, médias e grandes propriedades. Também queremos mostrar as tecnologias que ainda não chegaram ao Brasil, mas que estão sendo desenvolvidas em outros países, especialmente na área de biotecnologia, para que o agricultor possa ver um novo horizonte”, completou.

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