COODETEC II: Variedade de soja CD 202 rende 172,8 sacas por alqueire.

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Semente de ótimo potencial produtivo, aliada a tratos culturais e investimentos de médio e longo prazo na fertilização dos solos. Esta receita, que vem sendo aplicada há seis anos, pelos irmãos Luis, Carlos e Isidoro Macanhão, em Cascavel, no Oeste do Paraná, está rendendo resultados surpreendentes nesta safra de soja. Os primeiros indicadores de que algo fora do comum estava acontecendo na lavoura de cinco alqueires cultivada com a variedade CD 202, surgiram ainda na fase de desenvolvimento das plantas. A soja alcançou 1,80 metros de altura, mais que o dobro do porte médio da variedade nas condições de clima e solo do Paraná, atraindo visitantes de diversas regiões do País. Mas a surpresa maior foi na “boca” da ceifa, onde os irmãos Macanhão acabam de contabilizar a colheita de exatas 172,8 sacas por alqueire, na área de cinco alqueires cultivada com a CD 202. “É uma produtividade histórica. A gente nunca tinha chegado a tanto”, diz Luiz.

Fertilidade - A propriedade da família Macanhão, nos arredores de Cascavel, tem 70 alqueires de área mecanizada..Há seis anos, os irmãos decidiram investir pesado na fertilidade, com plantio direto, rotação de culturas, alternando soja, milho e feijão à aveia no período de inverno para formação de palhada. “Muita gente planta ao Deus dará. Só quer sugar a terra. Não dá o que ela precisa”, observa o irmão Carlos, lembrando que mesmo a aveia recebe adubação (produto usado foi o Yoorin), não é simplesmente jogada ao solo, como acontece na maioria das propriedades. “É um investimento de médio e longo prazo, mas compensa”, diz.

Lavoura - O restante da área cultivada com soja ainda está sendo colhida. Os irmãos Macanhão estimam que a produtividade média fique na faixa das 140 sacas, mesmo assim, muito superior à média regional da atual safra, que gira entre 100 a 110 sacas por alqueire. O talhão de cinco alqueires que rendeu a média de 172,8 sacas de soja por alqueire foi plantado na segunda quinzena de outubro (24/10), com a variedade CD 202, desenvolvida pela Coodetec, uma das mais cultivadas no Paraná. Na fase de desenvolvimento inicial, a lavoura sofreu com a estiagem, a exemplo do acontecido em toda a região Oeste. Mas as chuvas chegaram em tempo, na época de floração e formação de canivetes. Segundo recorda Luis, espaçamento foi de 45 centímetros, com 10 a 12 grãos por metro linear e adubação (310 quilos por hectare) 2-17-17. As sementes foram tratadas com fungicida e inoculante. A lavoura recebeu adubação foliar (Yogen, com formulação 20.05.10), à base de 8,7 quilos por hectare. Tratos culturais incluíram uma aplicação contra ferrugem, uma contra percevejo e outra contra lagarta. Oídio marcou presença, mas não chegou a exigir aplicação.

Semente - Os níveis de produtividade recorde para esta safra não chegam a surpreender agrônomos e pesquisadores. “O melhoramento genético das cultivares vem representando ganhos sensíveis e crescentes nas lavouras. Mas quando associamos o potencial genético à fertilidade ideal do solo, podemos aumentar em 30, até 40% os níveis de produtividade. E isto depende só do produtor”, diz o pesquisador da Coodetec na área de Manejo e Fertilidade de Solos, engenheiro agrônomo. M.Sc. Edson Feliciano de Oliveira. “Os números colhidos pelos irmãos Macanhão resultam de um trabalho de longo prazo. São vários anos, seguindo a recomendação técnica quanto a fertilidade, rotação de culturas, variedades, época ideal de plantio e tratos culturais. É uma demonstração clara de que a terra com ótimo manejo e fertilidade também oferece melhores condições de resistência à falta de umidade”, diz o agrônomo Rodrigo Luiz Martins, que veio de Guarapuava a Cascavel, para conhecer a lavoura. O pesquisador Edson Feliciano de Oliveira observa ainda que o potencial produtivo de culturas como a soja, ainda está longe de ser alcançado: “Se todas as flores de soja resultassem em grãos, poderíamos colher 22 toneladas por hectare. As vagens formadas na lavoura, têm potencial para produzir 12 toneladas. É evidente que este é um sonho, já que a própria estrutura da planta impede de transformar todas as vagens em colheita. Mas hoje, é perfeitamente viável alcançarmos níveis de produtividade muito superiores”, diz.

Teor de Matéria Orgânica - O engenheiro agrônomo. Marcelo Rodrigues, supervisor regional de vendas da Coodetec, observa que na área dos irmãos Macanhão a produtividade atingida também se deve ao alto teor de matéria orgânica (que contribui diretamente no crescimento, reserva de água no nitrogênio no solo). Lembra ainda que estes altos índices de produtividades também podem ser obtidos em outras regiões, desde que os agricultores observem fatores importantes tais como: época de semeadura, níveis de fertilidade do solo e índice de matéria orgânica, altitude do terreno, fertilização na base e complemento foliar.

O porte da Planta - De forma convencional a medida da planta é feita do solo até a inserção da última vagem. Neste caso os irmãos Macanhão mediram a planta da raiz até o último trifólio, assim a planta mediu cerca de 1,80m. Se usarmos o parâmetro convencional, as plantas quando secas, teriam um porte de 1,30m, se usarmos a forma como os irmãos utilizaram as plantas seca teriam 1,60m. (Imprensa Coodetec)

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