COMMODITIES: Plantio atrasado nos EUA pressiona a soja e impulsiona o milho

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As chuvas que dificultam o plantio da safra de milho e soja 2011/12 nos Estados Unidos começam a causar alvoroço no mercado internacional de commodities agrícolas. As cotações da oleaginosa e do cereal seguem em sentidos opostos na Bolsa de Chicago, referência mundial na formação de preços. O pregão de fechamento desta quarta-feira (04/05) foi marcado por novas perdas para a soja e por ganhos para o milho. O contrato de primeira posição da oleaginosa (maio/11) encerrou o dia com baixa de 8 pontos e valor de US$ 13,50 por bushel (27,2 quilos).O principal vencimento do cereal subiu 7,5 pontos passou a US$ 7,26 o bushel (25,4 quilos).

Milho - O milho ganha valor porque corre o risco de perder área para a soja, cujo plantio pode ser feito até junho. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) informa que o plantio atual é o terceiro mais lento da história do país.

 

Clima - Com a tecnologia de que dispõem, os produtores norte-americanos podem recuperar o atraso no plantio rapidamente, se o clima colaborar. "Eles (EUA) precisam de uma semana e meia de trégua das chuvas para conseguir ‘encostar' nas médias históricas", prevê Stefan Tomkiw, consultor de commodities agrícolas brasileiro. Ele acrescenta que o Brasil pode ter as exportações favorecidas numa eventual redução da produção de milho nos EUA. A China mostra interesse em ampliar suas importações.

 

Chuvas - As previsões meteorológicas são de que as chuvas continuarão atrapalhando a vida dos produtores norte-americanos. Mesmo assim, o USDA espera que o plantio do milho alcance de 20% a 22% da área reservada à cultura até o próximo domingo. Nesta mesma época do ano passado, o índice já estava em 70%. O plantio da soja ainda não atingiu área expressiva.

 

Potencial produtivo - Segundo Jack Scoville, analista da Price Futures, de Chicago (EUA), o potencial produtivo ainda não foi afetado pelo excesso de umidade, mas, "se o tempo não melhorar, perdas poderão ocorrer ainda em maio". Para Tomkiw, os norte-americanos têm até o final deste mês para decidir em qual cultura investir. "Se perceberem que não vão conseguir plantar o milho, migrarão para a soja", frisa.

 

Planos - A mudança de última hora, no entanto, frustraria os planos dos agricultores dos Estados Unidos, que demonstraram intenção de ampliar em 4,5% o tamanho da área com milho nesta temporada e reduzir a de soja em 1% em relação à safra passada, conforme o USDA. A aposta sobre o cereal está associada à promessa de melhor rentabilidade do produto em relação à soja. Dessa forma, a previsão é que os norte-americanos continuem plantando milho até o último momento possível, considera Tomkiw. Levantamento realizado pela Price Futures aponta rentabilidade de US$ 2,4 mil por hectare para o milho, contra US$ 2 mil por hectare previstos para a oleaginosa.

Estimativa - Em seu primeiro relatório de acompanhamento de safra, divulgado mês passado, o USDA estimou a área da oleaginosa em 31 milhões de hectares nos Estados Unidos, contra 31,3 milhões registrados na temporada anterior. Já o terreno destinado ao cereal foi projetado em 37,3 milhões de hectares, contra 35,7 milhões do ciclo passado. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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