COMMODITIES: Clima, confiança e dólar fazem trigo subir em Chicago

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Problemas climáticos em regiões americanas produtoras de trigo de primavera, lufadas de confiança em relação ao futuro da demanda e a fraqueza do dólar em relação a outras moedas, determinaram a alta das cotações do cereal ontem nas principais bolsas dos Estados Unidos. Em Kansas, os contratos com vencimento em dezembro, que ocupam a segunda posição de entrega - normalmente a de maior liquidez -, subiram 19,25 centavos de dólar e fecharam a US$ 8,6525 por bushel (medida equivalente a 27,2 quilos); em Chicago, a segunda posição (dezembro) fechou a US$ 7,8450 por bushel, ganho de 18,50 centavos.

 

Alta - Com a valorização desta terça-feira (23/08), a segunda posição negociada em Chicago passou a acumular alta de 9,61% em agosto, apesar das turbulências financeiras em países desenvolvidos no mês. Em 2011, segundo cálculos do Valor Data, a queda acumulada diminuiu para 4,42%, e nos últimos 12 meses já há ganho de 8,13% - menor, contudo, do que os registrados por soja e milho na bolsa. Mais concentrados em seu próprio quintal, onde lavouras importantes de grãos estão em desenvolvimento e é grande a volatilidade provocada por mudanças climáticas, os traders americanos não deram importância às notícias de recuperação das exportações da Austrália, que poderá superar a União Europeia como segundo maior exportador de trigo do mundo.

 

Exportação - Enquete realizada pela agência Bloomberg com oito analistas e traders indica que os australianos poderão exportar cerca de 18 milhões toneladas no período de 12 meses a ser iniciado no próximo mês de outubro. Se confirmado, o volume será 1 milhão de toneladas superior ao previsto pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e alcançará o maior patamar desde 2004. Nesse contexto, as previsões indicam que as cotações podem cair quase US$ 1 por bushel até o fim de dezembro próximo.

 

Soja - Sinais de que a produção de soja dos Estados Unidos pode declinar por causa da intensificação do clima seco no Meio Oeste americano ajudaram a elevar as cotações da commodity na bolsa de Chicago. Os papéis com vencimento em novembro encerraram o dia a US$ 1,39725 o bushel, valorização de 12 centavos. Conforme informações divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 59% das lavouras de soja do país receberam melhor classificação de desempenho nesta semana, queda em relação aos 61% registrados na semana anterior, segundo informações da Bloomberg. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para a saca de 60 quilos do grão negociada no Paraná registrou alta de 1,44%, para 47,17.

 

Milho - A piora nas condições das lavouras de milho dos EUA fez o mercado futuro do grão fechar em alta ontem na bolsa de Chicago. Os contratos para dezembro subiram 9 centavos a US$ 7,4350 por bushel. Conforme a Bloomberg, citando o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), 57% das lavouras de milho dos EUA estavam em boas ou excelentes condições até 21 de agosto, uma piora sobre os 60% apurados até a semana antes. A condição climática varia de "anormalmente secas" a seca "moderada" de Ohio a Iowa, segundo a Universidade de Nebraska. Relatórios preliminares indicam que poderá haver queda de produtividade em relação à safra passada em Nebraska e Indiana. No mercado doméstico, o indicador de Esalq/BM&FBovespa para a saca de 60 quilos subiu 0,07%, para R$ 30,04. (Valor Econômico, com Dow Jones Newswires e Bloomberg)

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