Comercialização da soja ainda é lenta

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A pequena alta dos preços da soja na bolsa de Chicago não foi suficiente para ampliar o ritmo de venda da safra de soja que está nos armazéns das cooperativas nem de destravar a venda futura do produto, informou hoje o gerente de comercialização da Cocamar, de Maringá, José Cícero Aderaldo. O produtor paranaense, afirma o gerente, em função do apoio do sistema de armazenagem das cooperativas e do acesso ao custeio oficial, não precisa vender de uma só vez e aprendeu a realizar a venda parcelada para receber um preço médio. Como o resultado da comercialização da safra de soja no segundo semestre 2001 e 2002 foi muito positivo, muitos produtores deixaram parte da soja para o segundo semestre deste ano. No entanto, como o preço em torno de R$ 38,80 não é o que o produtor espera, as vendas continuam lentas, "mas distante do que imaginou vender. Não é estimulante", frisa Cícero.

Venda futura - Como a cooperativa não terá problemas de armazenagem pelo menos até dezembro e janeiro se a atual safra de soja não for vendida, os agricultores não têm pressa. E não olham com muito ânimo o mercado futuro, pois ficaram frustrados com a última experiência. O preço ajustado para recebimento neste ano estava abaixo do mercado, o que desestimula novos negócios. "A venda futura ainda é um traço", afirmou o gerente comercial, referindo-se ao volume insignificante de negócios na cooperativa.

A gangorra dos preços - O produtor Edgar Franklin Toffolo, de São Jorge do Ivaí, reflete bem a realidade dos agricultores da região. Está satisfeito com a produtividade de suas lavouras de milho na safra que acabou de colher. "Nunca conseguimos tanto. Deu uma média de 180 sacas por alqueire. É uma produção excelente". O clima colaborou: não geou forte, o frio foi camarada e choveu na hora certa. Tudo em cima. O único problema foi o preço. Não tive sequer o gostinho de comemorar os bons resultados no campo. Quando a safra já estava garantida, o preço do produto despencou". No ano passado, Toffolo vendeu seu milho a preços entre R$ 23,00 e R$ 24,00 a saca de 60 quilos. Este ano, quando a expectativa era a melhor possível, a cotação caiu para R$ 13,00 a saca . "É muito pouco, mal cobre os custos de produção". Por causa disso, o agricultor resolveu trancar os negócios, esperando que o mercado reaja nas próximas semanas. Só vendeu mesmo o suficiente para cobrir as contas mais urgentes. Quando plantou a safrinha, o mercado sinalizava para preços bastante remuneradores. Mas o País produziu além do que se previa, o que deprimiu as cotações. Mal terminou uma safra, Toffolo já começa os preparativos para outra. Associado da Cocamar, ele adquiriu sementes de soja e adubo na cooperativa, aproveitando boas condições de preço. As perspectivas de preço para a cultura de verão parecem otimistas por conta da quebra da produção americana neste ano.

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