COCARI: Conheça a Rota do Café e saiba mais sobre a participação dos produtores rurais no programa

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A Secretaria de Estado do Planejamento e Projetos Estruturantes, por meio do serviço social autônomo Paraná Projetos, e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) assinaram em janeiro um termo de cooperação técnica para incentivar ações de turismo rural junto a agricultores familiares.

Divulgação - A parceria visa promover a elaboração de materiais publicitários e de divulgação das propriedades em que o turismo rural é explorado e que são atendidas pelo programa de Turismo Rural do IDR-Paraná. Segundo a coordenadora estadual de Turismo Rural do IDR-Paraná, Terezinha Busanello Freire, a iniciativa foi implantada com o objetivo de apresentar mais uma alternativa de renda para as famílias.

Valorizar o produto local - “Desde 2019, nosso foco é roteirizar propriedades rurais assistidas pelo IDR-Paraná voltadas à produção de alimentos. Focamos em formatar um produto turístico de fato rural e não apenas um produto no espaço rural. Por isso, o foco é evidenciar os produtos, para valorizar o terroir* paranaense, fazer o consumidor perceber a amplitude e a complexidade da produção de alimentos”, explica.

Novas vivências - Terezinha comenta que o programa pretende, por meio do turismo, realizar o processo inverso do consumo. “Queremos incentivar o consumidor urbano a se deslocar até a propriedade. Isso fará com que ele tenha a oportunidade de conhecer pelo menos um pouco dos desafios no campo e, para muito além disso, ter um dia de vivências, experiências, degustar novos sabores, respirar ar puro e conhecer novas realidades”, diz.    

Permanência no campo - Esse tipo de atividade ainda promove benefícios aos próprios produtores. “O turismo rural pode permitir que os jovens permaneçam no campo, fazendo a sucessão familiar, justamente por ser uma atividade que demanda alguns conhecimentos com ferramentas digitais, falar outras línguas e um dos principais fatores que é a renda. O IDR-Paraná entende a importância de apresentar soluções que permitam essa permanência”, ressalta a coordenadora.  

Análise - A partir da demanda, é realizada uma visita à propriedade e, partindo do objetivo da família, o IDR analisa o que pode ter viabilidade, discute como fazer, qual o grau de investimento necessário e outros passos para implementar a atividade de turismo rural. “Em vários casos, a família é autodidata e já faz as adaptações necessárias. Quando isso acontece, nossa participação se dá na divulgação desse destino turístico, contribuição na elaboração do material publicitário, na divulgação em eventos internos e externos e na criação de condições de promoção desse produto. Outra modalidade que recebe assessoria do IDR é o paisagismo da propriedade. “Temos um profissional liberado para capacitar outros técnicos e assessorar diretamente as propriedades ou circuitos de turismo rural no estado. Os eventos gastronômicos que realizamos em parceria com os municípios são outra forma de atendimento que possibilita divulgar o produto e gerar renda para as famílias”, complementa.

Rota do Café - Buscando resgatar a tradição e a cultura cafeeira do estado do Paraná e estimular o turismo por meio desta temática, a Rota do Café conta com 10 associados entre propriedades, museus e empreendimentos como cafeterias, em várias cidades. O IDR-Paraná apoia as ações da Rota do Café e faz a divulgação para que propriedades atendidas em café que tenham interesse possam se associar, como foi o caso do Sítio Eliza, em Mandaguari-PR. “Apresentamos a opção para eles e, posteriormente, a presidente da rota entrou em contato explicando os detalhes como custos e benefícios em se associar”, menciona.

Sítio Eliza - Para Fernando Rosseto, que pertence à família de cafeicultores do Sítio Eliza, cooperados da Cocari, a participação na Rota do Café incentiva os produtores a aprimorarem seu trabalho. “Desde quando ganhamos um concurso nacional, em 2017, sempre tivemos visitas na propriedade, como se fosse uma rota de turismo. As pessoas vinham para conhecer a família e o nosso trabalho, saber como o café do Paraná se destacou a nível Brasil. Não apenas pessoas do Paraná, mas de outros estados e até de fora do país vieram conhecer nossa propriedade”, conta.

Associação - O IDR averiguou o potencial turístico da propriedade e a colocou na rota do turismo do Paraná. “Fomos convidados para participar das feiras que são realizadas em todo o estado, aceitamos os convites e, com isso, mais pessoas vieram nos visitar. Dessa forma entramos na rota do Turismo do Paraná e recentemente nos associamos à Rota do Café, assim vamos continuar recebendo visitas do Brasil inteiro. Grande parte do apoio que temos vem deles, que estão sempre ao nosso lado. Virou uma parceria que já acontece há um ano”, conta o produtor.

Programação - As atividades turísticas incluem visita às propriedades, para conhecer as variedades de café e as formas de trabalho, o plantio, a florada e a colheita. São oferecidas também provas de café, em forma de bebida, mostrando como é cada variedade, apresentando o café especial e suas diferenças em relação ao tradicional.

Conhecendo a procedência - Os produtores explicam como funciona a torra, a separação de grãos e a classificação do café. “Muitas pessoas relatam que costumam beber café, mas nunca viram um pé de perto. Elas querem aprender mais sobre a produção do café, conhecer os cafeicultores, as propriedades e como se trabalha nesses locais”, menciona.

Ensinando a nova geração - O pai de Fernando, sr. José Carlos Rosseto, destaca uma visita especial. “Há pouco tempo, recebemos uma das melhores visitas que tivemos na propriedade: um CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) de Mandaguari trouxe alunos para nos conhecer. Eram crianças que nunca tinham visto um grão de café e puderam nos visitar em plena colheita. Foi um momento tão vibrante que ficamos emocionados de ver a meninada aqui, andando pela plantação e brincando no terreiro. Valeu a pena mostrar o conhecimento de todo o processo de produção do café para eles, que só conheciam o café dentro da xícara”, disse.

Avaliação de especialistas - Outra visita lembrada pelo sr. José Carlos é de quando receberam um grupo de pessoas de Minas Gerais, representantes de duas grandes cooperativas, o engenheiro agrônomo Gustavo Sera, especialista em produção de café, e alguns produtores que os acompanhavam. “Nos surpreendeu que eles viessem, já que Minas Gerais é referência na cafeicultura. Conversamos e explicamos o modo com que conduzimos a lavoura, produzindo um café de qualidade, que se destacou em outros locais. Foi uma valiosa troca de experiências e eles puderam provar o café sob diferentes temperaturas e sentir suas variações de sabor. Puderam perceber em nosso café sabores que nem imaginávamos, como vinho, mel, limão e se surpreenderam com a qualidade do nosso produto, favorecida pela combinação entre a nossa altitude e latitude, de modo que uma só variedade alcança todos os sabores do café”, destacou.

Reconhecimento - Segundo Fernando Rosseto, a atividade turística serve também como reconhecimento pelo trabalho feito na propriedade. “É muito gratificante receber essas pessoas, temos a sensação de que nosso trabalho está sendo mais valorizado. O trabalho no café especial não é fácil e hoje vemos que vale a pena e isso nos faz aprimorar os tratos na lavoura, dar mais valor à nossa atividade, investir mais para termos um produto cada vez melhor e preparar nossa propriedade para receber turistas”, acredita.

Parceria com a Cocari - O produtor falou sobre a parceria com a cooperativa. “A Cocari nos ajuda bastante com sua assistência técnica. Sempre consultamos a cooperativa para os manejos com o café e para o café especial não é diferente. A equipe nos orienta sobre os produtos a serem aplicados para alcançar boa granação, boa maturação e qualidade na colheita. A partir dessa assistência técnica, temos todos os cuidados no tratamento e sempre podemos contar com a Cocari para sanar dúvidas e trabalhar juntos. Ficamos muito felizes e gratos pela presença da cooperativa, que nos permitiu alcançar grandes objetivos”, finalizou Fernando.

Como participar - Conforme o IDR, se há interesse por parte da família em trabalhar com turismo rural, basta procurar um escritório local do IDR-Paraná/Emater e falar com o técnico. O órgão conta com técnicos que são referência em turismo rural em várias regiões do estado que podem se deslocar para fazer o atendimento. Caso não tenha atendimento via escritório local, o produtor pode solicitar também por meio do e-mail Este endereço para e-mail está protegido contra spambots. Você precisa habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou pelo telefone (45) 9 9962-7168. (Imprensa Cocari)

*Terroir é um termo francês para definir um conjunto de fatores como topografia, geologia, drenagem, clima, microclima, variedades, intervenção humana, cultura, história, tradição. Todos eles juntos, somados, formam um produto com sabor único, característico de uma região (IDR-PR).

Conteúdos Relacionados