COCAMAR II: Seletividade do setor de aves deve se acentuar, diz especialista

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A crise que assola o setor avícola, provocada pelo aumento de custos em função da alta das cotações do milho e da soja, ainda pode estar longe do fim. Na quinta-feira (22/11), durante o VI Encontro Técnico Unifrango, em Maringá, o consultor Pedro Henrique de Oliveira disse que tudo vai depender do comportamento dos preços na safra 2012/13. “Se tivermos problemas climáticos na América do Sul, a situação persiste”, disse Oliveira em visita ao estande da Cocamar, no Excellence Centro de Eventos. A cooperativa foi uma das apoiadoras do Encontro Técnico, que terminou no final da tarde de ontem após dois dias de palestras e debates.

Ajuste - O consultor explicou que centenas de empresas de vários tamanhos, em todo o Brasil, tentam se ajustar a um cenário de margens apertadas de lucros. “Elas estão no mesmo segmento onde atuam, de um lado, três organizações gigantes, e, de outro, cooperativas que recebem soja e milho e também operam com avicultura”. Para Oliveira, a tendência é de seletividade no setor e o atual momento torna difícil prever de quanto será a expansão em 2012. “A média histórica de crescimento é de 10%”, enfatiza.

Preservação - Ele destacou também que a crise preserva os produtores integrados de aves, especialmente os que trabalham com estruturas e sistemas modernos e têm escala. Segundo Oliveira, a atividade proporciona faturamento a cada 60 dias, em média, sendo um bom negócio para quem pretende diversificar. E cita que um casal de proprietários e mais um empregado é capaz de cuidar de dois barracões de 35 mil aves cada. Quando se financia um barracão, a expectativa é de retorno do investimento a partir do sexto ano.

Cocamar - Anderson Bortolleti, coordenador comercial de grãos da Cocamar, comentou que a cooperativa é grande fornecedora de matéria-prima, como milho e farelo de soja, para o segmento avícola regional. Para Paulo Henrique de Oliveira, a presença da Cocamar é estratégica, uma vez que as empresas não possuem estruturas armazenadoras e, com a proximidade, podem adquirir os insumos a custos competitivos.

IR 56 - Uma das palestras mais aguardadas do Encontro foi a do presidente da Adapar - Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná, Inácio Afonso Kroetz. Ele lembrou que a aplicação da Instrução Normativa 56 - que já evoluiu para 59 - cujo prazo vence em dezembro, pode colocar o setor avícola em xeque no Brasil, pois as estruturas ainda não se adaptaram a uma série de exigências. Segundo ele, há mais de 19 mil unidades relacionadas a esse setor no Paraná e perto de 14 mil ainda precisam ajustar-se à IR, o que não é simples. O Estado é o principal produtor nacional de aves de corte e um dos principais exportadores. Em 2011 foram mais de US$ 2 bilhões em negócios com o exterior e neste ano, até outubro, US$ 1,6 bilhão. Para Kroetz, o não cumprimento das obrigações assumidas no prazo estabelecido pode fazer o produto brasileiro perder a credibilidade que conquistou durante décadas no mercado internacional. (Imprensa Cocamar)

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