COCAMAR I: Com animais precoces, cooperativa oferta carne de qualidade superior

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Elevar a pecuária a um patamar superior, em que se possa aproveitar as oportunidades oferecidas por um mercado exigente em produtos de qualidade diferenciada e que se dispõe a pagar mais por isso.

Tempos promissores - A síntese da 1ª edição do Encontro Cocamar de Carne Precoce, promovido na tarde de quinta-feira (15/04) em transmissão ao vivo, acompanhada por 120 participantes, revela que os tempos para o setor pecuário são promissores.

Modernização - De 2010 para cá, a atividade vem passando por um processo contínuo de modernização, com a incorporação de tecnologias e a oferta ao mercado de animais precoces, a partir do cruzamento industrial de raça britânica (angus) com nelore. Ao mesmo tempo, a chamada carne gourmet apresenta uma demanda crescente no país e no exterior.

Robustez - O superintendente de Negócios da Cocamar, Anderson Alves Bertolleti, comentou na abertura sobre a entrada da cooperativa, no final de 2020, na produção de carne precoce premium para mercados diferenciados e que remuneram por isso. “Temos uma presença robusta no segmento pecuário, com uma rede de lojas agropecuárias nos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, e no ano passado inauguramos uma moderna indústria de rações, totalmente automatizada.”

Demanda - “Com esse programa” – frisou Bertolleti -, “vamos atender a uma demanda de pecuaristas produtores de animais diferenciados, prestando assistência técnica e trabalhando com transparência.” Ele lembrou ainda que há mais de 20 anos incentivando o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) nas regiões onde atua, a cooperativa estreitou relacionamento com os pecuaristas e hoje 200 deles participam da iniciativa, que soma cerca de 200 mil hectares.

Perspectivas - “O cenário é de otimismo e pés no chão”, comentou o especialista em proteína animal Thiago Bernardino, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, que falou sobre as perspectivas de mercado.

De olho - Segundo ele, a China precisa comprar “e está de olho no Brasil”, frisando que o cenário internacional mudou a partir de 2017 quando a peste suína africana dizimou o rebanho chinês, e também com as divergências comerciais entre o gigante asiático e os Estados Unidos, que devem persistir mesmo na era Biden. China e Hong-Kong respondem atualmente por 60% de toda a carne exportada pelo país.

Valorizou - “Só o Brasil tem volume e qualidade para atender essa demanda internacional”, disse Bernardino, citando que mesmo sendo a carne suína a preferida dos chineses, eles aprenderam a apreciar a carne bovina. Em paralelo a isso, a pandemia valorizou os preços dos alimentos – a carne bovina é o segundo item que mais subiu, depois do ovo - e o câmbio está entre os fatores que sustentam a cotação da arroba nos atuais níveis (na média dos últimos seis anos, ela é de R$ 247,08).

Baixa oferta - O preço do boi, contudo, tem subido mais do que a própria carne, o que se deve, em parte, à retenção da matéria-prima no campo, sendo que o abate de fêmeas atinge no momento o menor nível da história. “Desde 2003, é o menor índice de abate de vaca adulta”, comentou Bernardino. Em resumo, o mercado aponta para uma demanda forte em um momento de baixa oferta no campo.

Insumos caros - Outros ingredientes a considerar são as incertezas quanto a produção de milho (item básico da ração) com pouca chuva nas regiões produtoras brasileiras até o momento, o que faz com que 2021 seja um ano de insumos caros.

Tecnologias - Como a tendência é de cotações firmes para a carne, a orientação de Bernardino é que o pecuarista aproveite bem esse momento, investindo em tecnologias. “Temos que trabalhar com economia de escala para aumentar a produtividade e reduzir os custos”, disse.

Contraponto - O especialista reforçou: “A produção pecuária brasileira tem que ir para um outro patamar, tem que ser de cabeceira”, frisando que o pecuarista precisa fazer a sua parte. “Na maior parte do Brasil, durante o inverno, o gado simplesmente não tem o que comer.”

Saudável - Ao concluir, Bernardino afirmou que o país apresenta ao mundo uma pecuária saudável, que há mais de 15 anos não é acometida de nenhuma doença importante.

Espaço para crescer - Para o gerente executivo técnico Renato Watanabe, que coordenou o Encontro, “aumentar a produtividade está na mão do produtor”, salientando que “há muito espaço para avançar em modernização na pecuária quando comparado ao avanço observado nos últimos 15 ou 20 anos em tecnologias de produção de grãos”.

Pronunciamento - Ambos da Cocamar, o gerente comercial de pecuária, Pedro Sávio, e o médico-veterinário Luiz Henrique Garcia Abreu, também se pronunciaram. O primeiro discorreu sobre como aumentar a produtividade na pecuária produzindo animais precoces, citando que o bezerro tende a ser cotado por quilo e não mais por unidade, o que premia a eficiência.

Diferença - Abreu abordou premissas e vantagens do programa que começa a ser implementado pela cooperativa, além de destacar a diferença entre a carne comum (commodity) e a premium. Por sua vez, o gerente de produtos FPA da empresa Vetoquinol, Antonio Coutinho, fez uma apresentação sobre saúde animal.

Intensificação - Finalizando o Encontro, o diretor do Grupo Argus, Luiz Tiossi, comentou que atualmente o mercado de carnes está bastante segmentado e com marcas. “Nos últimos cinco anos, principalmente, houve uma intensificação muito grande da qualidade e da segmentação da carne. Hoje, ninguém mais precisa sair do país para comer uma carne de alta qualidade.” (Imprensa Cocamar)

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