CLIMA: Previsões indicam tempo bom para a safra

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

As adversidades climáticas que castigaram os produtores rurais nas três últimas safras devem dar uma trégua. As previsões climáticas iniciais indicam boas perspectivas para a safra de verão com chuvas dentro da média histórica do Estado. A estimativa é fechar este ano com um volume de precipitações de 1,5 mil milímetros, número considerado satisfatório pelos técnicos. Os efeitos da estiagem na agropecuária foi tema de seminário realizado ontem no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Mais de cem pessoas, entre técnicos e pesquisadores, participaram do evento. Segundo o pesquisador do Iapar Paulo Henrique Caramori, o fenômeno El Niño está se configurando com intensidade variável de fraco a moderado. A sua ocorrência ainda terá que ser confirmada, mas deverá ser responsável pelo maior volume de chuvas no Estado. O fenômeno provoca o aquecimento das águas dos oceanos, aumentando a evaporação e, conseqüentemente, as chuvas.

Prevenção - Por isso, de acordo com o pesquisador do Iapar, Rogério Teixeira de Faria, a saída é adotar técnicas para produzir bem e minimizar os riscos. Entre as medidas sugeridas estão: obedecer ao zoneamento agrícola, plantando em épocas em que há mais chances de sucesso; escalonar o plantio; investir na diversificação de culturas; fazer o plantio direto; utilizar variedades mais tolerantes à seca; fazer a adubação em profundidade (correção do solo); e adotar sistemas de cultivo mais eficientes para exploração de água do solo. Uma das sugestões é cultivar o café adensado ou adotar as plantações agro-florestais, como os consórcios de café e árvores frutíferas ou plantas leguminosas e árvores madeireiras, por exemplo. Uma destas medidas seria o monitoramento agro-climático, com alerta de secas; e ações de difusão tecnológica de pesquisas e assistência técnicas através de órgãos governamentais.

Aquecimento - Nos últimos 30 anos a estação meteorológica do Iapar de Londrina registrou um aumento na temperatura mínima de 1ºC a 2ºC, enquanto a máxima tem se mantido estável. "O aumento dos desmatamentos e da emissão de poluentes a partir do século 19 já provocou e vai continuar provocando mudanças climáticas. O aquecimento da Terra já é um fato real", comentou Caramori. No entanto, ele diz que esse aumento de temperatura pode ser revertido a partir da conscientização dos chamados países desenvolvidos. Na sua avaliação, quando esses Estados começarem a ser afetados pela falta do petróleo as pesquisas começarão a ser direcionadas para o uso de energias limpas, como a eólica e a solar. Além disso, deverão ser adotadas medidas para uso racional do solo e da recomposição das florestas. (Folha de Londrina)

Conteúdos Relacionados