CLIMA: Especialista faz previsões para a safra deste ano

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Além das adversidades conjunturais, como os baixos preços das commodities no mercado internacional, supervalorização do real frente ao dólar, endividamento, falta de recursos para plantio ou comercialização da safra, entre outros, cada vez mais os produtores precisam ficar atentos aos prognósticos climáticos. Com este pensamento é que o Sistema Ocepar trouxe neste ano para o Show Rural, o meteorologista, Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do Ministério da Agricultura (Mapa), para realizar uma série de palestras sobre “clima e agricultura”. Segundo o especialista, o clima tem sido um fator fundamental para o sucesso ou não da agricultura, afinal, a tecnologia utilizada no campo tem um custo muito alto e para ter a garantia de uma boa colheita o agricultor precisa se cercar de todas as informações necessárias. “Da porteira para dentro os agricultores fazem sua parte, utilizando os insumos recomendados pelos técnicos das cooperativas, realizam o manejo do solo, contra pragas e doenças, adubação, melhores sementes etc. A única coisa que ele não consegue controlar é o clima que é um fator externo, por isso precisa cada vez mais aprender a utilizar todas as ferramentas disponíveis para ter uma tranqüilidade maior, previnindo-se assim, contra eventuais adversidades climáticas”, ressalta.

Segurança - Lazinski também afirma que hoje, com as tecnologias disponíveis, existe um maior grau de segurança nessas previsões climáticas, coisa que não acontecia há algum tempo atrás. Hoje o Inmet trabalha com modelos meteorológicos e climatológicos mais avançados, que possibilitam, preparar previsões de longo prazo, com maior precisão. Em sua palestra ele apresenta alguns gráficos de acompanhamento das precipitações pluviométricas dos últimos tempos como também o aumento da temperatura nas últimas décadas . Para se ter uma idéia, na década de 90 foi a mais quente desde 1860, sendo o ano de 1998 o mais quente, com 0,58 C acima da média e os meses de janeiro e fevereiro de 1998 os mais quentes já registrados até hoje. “Apresentamos uma tendência climática até o mês de setembro, possibilitando ao produtor uma idéia, de como será o comportamento do tempo neste período em que após colher a safra de verão irá semear a safrinha e se preparar para o plantio das culturas de inverno”.

Chuvas regulares - O meteorologista explica que o clima desta safra foi bom para a agricultura, com chuvas regulares, bem distribuídas, especialmente na região Sul, devido ao efeito do El Niño, quando as águas do Oceano Pacífico ficam aquecidas. Já o fenômeno inverso, La Niña, foi o que aconteceu na safra passada 2006, quando o longo período de estiagem e altas temperaturas prejudicaram demasiadamente o setor rural. “A perspectiva para este ano é que o efeito El Niño se estenda até meados de fevereiro e a partir de março desapareça. Ficaremos ainda com um período com chuvas bem distribuídas até o início da safrinha. Já a partir de abril e meados de maio, teremos um período neutro, com relação ao El Niño e as chuvas deverão diminuir, com a tendência de um outono e um inverno mais seco que o normal”, frisa. Com relação às temperaturas, Lazinski afirma que o frio este ano deve chegar mais cedo, mas sem a presença de geadas que venham prejudicar a safra de milho. A temperatura começará baixar a partir do final de abril e início de maio, com um outono e um início de inverno, mais frio que o normal. Já a partir de junho poderemos observar a ocorrência de geadas leves.

La Niña - Para o segundo semestre de 2007, Lazinski alerta que há possibilidade da volta de um fraco fenômeno La Niña. Ele aconselha os produtores a ficarem atentos a toda e qualquer previsão climática e utilizarem as ferramentas que existem para ter previsões com bastante antecedência e que muitas vezes tem evitado prejuízos maiores ao setor, tudo isso aliado a um bom planejamento. As palestras do meteorologista, Luiz Renato Lazinski acontecem no estande do Sistema Ocepar, no Show Rural, até sexta-feira (09/02), pela manhã, às 10 horas e à tarde às 15 horas para grupos pré-agendados.

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