CBC: Lideranças jovens e femininas do Paraná participam de Congresso Brasileiro de Cooperativismo em Brasília

“Não seremos herdeiros, seremos sucessores”, com essa frase Alexandre Nunes, coordenador do Comitê Jovem da Copacol e do Comitê Estadual de Lideranças Jovens do Cooperativismo Paranaense, resume a essência do trabalho dos comitês jovens das cooperativas. O objetivo é fortalecer o vínculo com a cooperativa, aprender e poder dar continuidade ao trabalho que as gerações anteriores começaram. “Não vamos só herdar o que eles fizeram, vamos seguir, continuar investindo na propriedade e trabalhando para aumentar a produtividade. E, da mesma forma, na cooperativa”, reforça Nunes. “O cooperativismo nos dá a oportunidade de mudarmos de vida. Os jovens aqui já têm essa percepção. É uma geração que vai valorizar os esforços dos pais e avós e seguir na propriedade”, frisa.

Em Brasília - Alexandre Nunes é uma das lideranças jovens que estará em Brasília, de 14 a 16 de maio, participando do 15º Congresso Brasileiro de Cooperativismo (CBC). Ele vai representar o Geração C, que é o comitê jovem do cooperativismo do Paraná. Será a primeira vez que Alexandre estará no evento. “Sei que vou aprender muita coisa. Vai ser uma grande oportunidade de trocar experiências com as lideranças jovens de cooperativas de todo o Brasil e de trazer muito conhecimento e informação para a nossa cooperativa. Estou muito feliz por participar”, comenta.

Desde a infância - Filho do suinocultor e agricultor Divonsir Nunes, que tem propriedade rural em Cafelândia e é cooperado da Copacol há 42 anos, Alexandre participa das atividades da cooperativa desde os oito anos de idade. “Comecei no Coopjunior, depois no grupo de jovens e passei a fazer parte de alguns projetos da cooperativa voltados aos filhos dos cooperados”, conta. Entre as atividades proporcionadas pelo comitê jovem aos filhos de cooperados destacam-se o pé na trilha, a tarde esportiva e a contação de história. Além disso, são ofertados cursos também, como o ‘conecta grãos’, em que os jovens aprendem a identificar os problemas na lavoura e a fazer o controle de pragas. O comitê jovem da Copacol reúne 280 integrantes. São filhos e netos de cooperados de seis municípios do oeste do Paraná, área de abrangência da cooperativa.  

Lideranças femininas - Vânia Rosa, cooperada da Cresol e Leandra Miglioranza, cooperada da Camisc, são respectivamente coordenadora e vice-coordenadora do Elas pelo Coop Paraná, o comitê feminino do cooperativismo paranaense. As duas estarão no 15º CBC representando o Paraná e vão participar da sala temática sobre Cultura Cooperativista, que vai tratar da importância de valores como solidariedade, democracia, igualdade e responsabilidade social, que fundamentam o cooperativismo. 

Equidade - “Vamos falar sobre inclusão, diversidade, equidade e cooperação”, conta Vânia Rosa. Segundo ela, o debate sobre a participação da mulher nas organizações é muito importante. “Já demos um passo muito grande, com nossa atuação no mercado de trabalho e nas cooperativas especificamente, mas, nas lideranças, ainda não. A maioria dos cargos de liderança continua sendo ocupada por homens”, relata Vânia. Ela conta que em todo o Brasil não passa de 15 ou 16 o número de cooperativas lideradas por mulheres. De acordo com os dados do Anuário da OCB são 4.693 cooperativas em todo o Brasil. “Tem muito homem cuidando, sendo que nos bastidores quem mais faz são as mulheres”, opina.   

Direito a voto - As lideranças dos comitês, assim como os demais congressistas, terão direito a voto na plenária do CBC. “Vamos poder votar sobre as principais diretrizes que vão nortear o cooperativismo”, destaca Leandra Miglioranza, acrescentando que essa condição de votante confere ainda mais relevância à participação no evento. “Poderemos defender o que queremos para o futuro do cooperativismo”, diz.

Oportunidade - Cooperada da Camisc desde 2004, Leandra é produtora rural no município de Mariópolis, no sudoeste do Paraná. Em 2012, ela iniciou um trabalho com as mulheres na cooperativa. “Percebemos que as mulheres precisavam de alguém que as conduzisse para o mundo fora de casa. Existe um mundo grandioso de oportunidades ao alcance de todas nós”, observa. “Tínhamos aqui na nossa cooperativa muitasmulheres que não saíam de casa, que não vinham para a cooperativa. Agora, elas estão assumindo a parte administrativa de suas propriedades e isso tem dado frutos muito bonitos porque a mulher tem um olhar diferente na gestão, sem contar o ganho na qualidade de vida que essas mulheres adquiriram”, pontua Leandra. Há quatro anos, ela coordena o comitê feminino da Camisc, que tem a participação ativa de 100 mulheres. Foi esse trabalho que a conduziu para a vice-coordenação do comitê estadual na última eleição e que a credenciou para ser uma das representantes das mulheres cooperativistas do Paraná no 15º CBC.