CARNES: Embargo russo deve cair nos próximos dias

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O embargo sanitário russo decretado em 2 de junho, e que vigora desde o dia 15 do mesmo mês, trouxe grandes prejuízos para as exportações de carnes do Brasil. Em julho, as vendas de carne suína para a Rússia despencaram quase 80% e as exportações de frango caíram de 7 mil toneladas/mês para 3 mil. Mas, representantes brasileiros dos setores se dizem otimistas com relação ao fim do embargo e já preveem que a medida deve cair até a próxima semana.

Convicção - ''Por hora, tenho convicção pessoal que o embargo cairá em breve, não mais que nos próximos 15 dias, em virtude das respostas dadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) à Rússia sobre os aspectos técnicos levantados anteriormente'', afirmou à FOLHA o presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra.

Respostas técnicas - Ele apontou que o Mapa elaborou um conjunto de respostas técnicas comprovando que o Brasil está empenhado em satisfazer as aspirações russas. Uma das medidas adotadas foi a atualização da lista de empresas exportadoras, mantendo apenas as que estão operando de fato, ''visto que algumas já estavam inativas''. ''Isso deu uma mostra clara que não há nenhuma vontade de blefar, mas sim de oferecer empresas idôneas e em condições de cumprirem as exigências russas'', avaliou.

Treinamentos - Segundo Turra, o Ministério da Agricultura também se apressou em oferecer treinamentos para os fiscais brasileiros atenderem à demanda da Rússia. ''Eles (Rússia) criaram uma série de exigências adicionais e o Mapa já se adequou preparando seus fiscais'', disse. ''Tudo isso me leva a crer que tecnicamente estamos satisfazendo as exigências dos russos e politicamente não há nenhum interesse em manter esse embargo'', afirmou.

Inverno russo - A proximidade do inverno russo é outro fator que pode estimular o fim do embargo. ''Para eles também a hora é agora porque o inverno dificulta muito os transportes e, se o embargo continuar, terão dificuldades para suprir os estoques'', reiterou. Turra comentou, ainda, que a Rússia sabe que a carne brasileira (tanto a suína, quanto a bovina e de aves) tem ótima aceitação pelo consumidor russo. ''Portanto, há todo um clima para que aconteça a abertura'', comentou.

Desajustes - O presidente da Ubabef avaliou que em um período relativamente curto, o embargo causou grandes desajustes para o Brasil. A média normal de exportação de carne de frango, por exemplo, era de 7 mil toneladas/mês antes do embargo e depois dele, em julho, caiu para pouco mais de 3 mil toneladas/mês em julho. ''Embora isso represente menos de 1% do que exportamos em carne de frango, é significativo'', observou. Segundo ele, quem mais perdeu foi o Paraná e o Rio Grande do Sul.

Autoridade russa - Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, o fim do embargo depende somente da decisão da autoridade russa. ''Entendemos que se trata mais de uma questão burocrática e de desencontro entre autoridades sanitárias do que de fato uma questão técnica sanitária'', avaliou. Segundo ele, é preciso que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ofereça atenção e prioridade para esta questão e agilize uma solução.

Rumores - Camargo disse ter esperança de solução ainda nesta semana. De acordo com ele, há rumores de que a exportação seria liberada novamente no início deste mês, talvez no dia 10. ''Estamos acreditando nisso'', concluiu. (Folha de Londrina)

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