BIOCOMBUSTÍVEL: Lideranças defendem investimentos em tecnologia

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A redução na oferta dos combustíveis e dos danos que eles trazem ao meio ambiente pode tornar o Brasil o líder nacional na produção dos chamados “combustíveis limpos”, obtendo energia através do etanol e do óleo vegetal. O país é um dos poucos no mundo que têm condições de produzir esse tipo de combustível. Mas essa condição só será alcançada se o País despertar para duas condições: investir na tecnologia para não ser somente exportador de matéria-prima e alterar as políticas públicas de tributos e infra-estrutura. Questões como essas, a discussão do tamanho do mercado para a denominada agroenergia e a tecnologia disponível para tanto são os temas da Conferência Internacional de Agroenergia (Conae), que começou ontem (11/12) em Londrina e se estende até esta quarta-feira.

Oportunidade - A produção de energia através da produção vegetal (agroenergia ou bioenergia) vem como uma notícia boa para os agricultores. Conforme afirma o coordenador técnico da Conae, Décio Gazzoni, a demanda de agroenergia será grande: primeiro para atender ao mercado interno e, depois, para exportar. O Japão já determinou que a gasolina deve ter 5% de etanol e na União Européia esse percentual chegará a 5,75% em 2010. “Caiu a ficha da sociedade global de que não ela pode mais ficar viciada em energia de petróleo, carvão e gás, por três motivos. Primeiro porque o petróleo está acabando, seja em 30, 40 ou 50 anos. Uma hora vai acabar e é bom se preparar para substituí-lo porque o preço vai disparar. Segundo, quem detém as últimas reservas desse tipo de energia utiliza para fazer política, como tem feito Hugo Chaves (presidente da Venezuela) e Evo Morales (da Bolívia). Terceiro, o impacto no clima com a queima de combustíveis fósseis tem sido muito intenso. Vemos as catástrofes aumentarem cada vem mais e se repetirem anualmente. A solução é sair desse vício e buscar as fontes limpas de energia”, destaca.

Líder mundial - Entre essas fontes, a que se apresenta com capacidade de produção para suprir a demanda é a agroenergia. “Acredito que no final deste milênio iremos usar a energia solar. Mas até lá temos que chegar vivos e a agroenergia é que se mostra viável”, enfatiza. É nesse cenário que o Brasil se destaca. “Temos condições de ser líder internacional em 15 a 20 anos. Somos o único país que reúne condições como área de expansão (para plantio de cana-de-açúcar e de oleaginosas, como soja, mamona, girassol e dendê), temos sol, temos mão-de-obra e temos empresários, o que é importante”, enumera o pesquisador da Embrapa Soja , Décio Gazzoni. Ele observa que outros países não conseguem reunir todas essas condições. Países da América Central têm sol e mão-de-obra, mas não têm área para expandir. Outros da América Latina, como a Bolívia, têm área, mas não têm investidores externos devido à instabilidade política. (Jornal de Londrina)

 

 

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