BIOCOMBUSTÍVEIS: Editorial do Financial Times sugere redução de tarifas

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“Permitir o uso de combustível baseado em cana nos carros americanos e europeus exigiria reduzir as tarifas de importação do etanol. Enquanto o milho reinar nos EUA - e Iowa, no coração do cinturão do milho, saiu na frente na corrida para escolher o próximo presidente-, é improvável que isso aconteça. O maior obstáculo à adoção generalizada do etanol nos EUA é a indústria de etanol americana. De sua parte, a UE deveria seguir a liderança sueca e derrubar suas tarifas agora, antes que seja tarde”. Esse trecho do editorial do jornal inglês resume o posicionamento do jornal a respeito da atual discussão do uso de biocombustíveis em substituição parcial ao petróleo.

Substituição de 10 % - O jornal londrino lembra que a Comissão Européia pediu que os biocombustíveis substituam 10% do petróleo até 2020 e que isso deve ter reflexo no custo dos alimentos, o que “já provocou um coro de queixas dos fabricantes de macarrão italiano, cerveja alemã, tortilhas mexicanas e carne de gado alimentado a milho nos EUA”.  No entanto, segundo o editorial, nem tudo são flores ecológicas com a nova opção ambiental, pois o novo combustível “exige a plantação de extensas áreas de terra para substituir uma fração do petróleo utilizado nos carros” e o etanol é apenas um pouco menos poluente do que a reversão total ao óleo”, pois a maioria das refinarias de biocombustíveis usam óleo ou carvão, grandes fontes de poluição.

A opção da cana-de-açúcar – “As atuais opções cultivadas na União Européia não são muito melhores. Colza e beterraba são preferíveis ao milho, mas ainda exigem muita energia e terra. Avanços tecnológicos ainda poderão transformar capim, lascas de madeira e outras formas de matéria orgânica em alternativas rentáveis e ambientalmente seguras, mas já existem opções melhores. A principal delas é a cana-de-açúcar, que contém muito mais energia utilizável que a beterraba. O problema da cana é que os climas europeus em geral são inóspitos ao seu cultivo. Outras regiões, principalmente o Brasil e alguns países da América Central, oferecem ambientes mais naturais”. Por fim, o editorial chama a atenção para o perigo da produção de biocombustíveis poder representar a redução das florestas tropicais, responsáveis pela absorção do carbono existente na atmosfera.

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