ANÁLISE II: Milho dispara 74% no ano impulsionado por etanol

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As commodities agrícolas tiveram um ano de bons preços, especialmente no que diz respeito aos grãos. No ano passado, o açúcar e o café foram as vedetes no mercado internacional, influenciados pela relação desigual entre oferta e demanda. Em 2006, o aumento da produção dessas duas commodities provocou uma certa retração nos preços, e os grãos voltaram ao centro das atenções. Em termos de valorização, o milho aparece como o grande destaque do ano. Até o dia 22 de dezembro, os contratos de segunda posição do milho negociados na bolsa de Chicago acumulam uma valorização de 74% no ano. Parte dessa alta deve-se ao movimento dos fundos de investimento, que, para completar carteiras, adquiriram contratos de commodities agrícolas, impulsionados pelo maior interesse por commodities metálicas, que também apresentaram significativa valorização durante o ano.

Consumo - Mas foi um fator conjuntural quem pesou mais na alta do preço do milho: o aumento do consumo nos Estados Unidos, provocado por uma maior produção de etanol. Com a ausência de cana-de-açúcar que possa ser utilizada na produção de álcool e com a preocupação cada vez maior com o uso de combustíveis limpos, os norte-americanos fabricam etanol a partir do milho, elevando a demanda pelo produto agrícola. Segundo o analista de commodities Steve Cachia, da Cerealpar, nesta safra foram utilizadas 50 milhões de toneladas de milho na produção de etanol, o equivalente a 22% da safra norte-americana. "E para o ano que vem já se fala em 80 milhões de toneladas para a produção de etanol. O consumo vem aumentando, mas a safra americana não cresce", afirma Cachia. Pelo contrário. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), a safra 2006/07 de milho deve ficar em 272,93 milhões de toneladas nos EUA, 3,3% menor do que a produção da temporada 2005/06, que ficou em 282,26 milhões de toneladas. (Gazeta Mercantil)

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