ALGODÃO: Cooperativas apostam em algodão colorido

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A Cooperativa Integrada, em parceria com a Coceal (Cooperativa Central de Algodão) trouxe para o Paraná uma opção diferente: o algodão colorido. São três variedades, todas desenvolvidas pela Embrapa Algodão, de Campina Grande (PB). Pioneira na pesquisa do algodão colorido no País, a instituição de pesquisa lançou a primeira cultivar, BRS Marrom, em 2000. ABRS Verde foi colocada no mercado em 2003 e BRS Safira e BRS Rubi, em 2005. Todas foram obtidas por meio de métodos de melhoramento genético convencionais e sua pluma tem tido crescente demanda no mercado. Segundo a Embrapa, os  cultivares de algodão colorido podem reduzir custos de produção para a indústria têxtil por dispensarem o uso de corantes.

Mais uma opção - O presidente da Coceal, Almir Monteceli, ressalta que o mercado ainda é restrito, mas a cultura pode se tornar uma opção aos produtores paranaenses. “A maior plantação comercial no País tem cerca de 50 hectares e fica no Nordeste. A procura ainda é pequena, mas vem crescendo e pode surgir uma demanda para a produção paranaense”, acredita. Montecelli e o presidente da Integrada, Carlos Murate, visitaram a unidade da Embrapa Algodão para conhecer essa tecnologia. “Hoje o algodão colorido vale até 30% a mais que o convencional e é utilizado principalmente em confecções e artesanato. Por enquanto, foram plantadas quatro áreas experimentais no Estado, com área total de 15 hectares, para verificarmos o potencial produtivo desses materiais”, explica Almir Montecelli.

Comercialização - Uma dessas áreas pertence ao cooperado da Integrada, Paulo Hara, que plantou um pouco mais de dois hectares das variedades BRS Verde, BRS Safira e BRS Rubi para observar o desenvolvimento desses materiais. “Todas apresentaram uma sanidade muito boa e o trato cultural foi o mesmo do algodão convencional. Como têm um ciclo um pouco mais longo, o enchimento da maça foi mais favorável”, conta o produtor. Hara ainda não fez a colheita, mas está animado com a produtividade. Para ele, o algodão colorido pode se tornar uma alternativa para a diversificação. O produtor, entretanto, é realista em relação ao mercado. “Em comparação com o algodão convencional, só muda a cor. O problema está na comercialização, que ainda é restrita e voltada ao artesanato”, diz. Por enquanto, o produtor não planeja investir na cultura: “quando o algodão se tornar um produto com maior liquidez, com certeza vou investir nas variedades coloridas”, completa.

Atuação da Coceal - Toda a produção do algodão colorido será beneficiada pela Coceal, que também vai analisar o potencial da pluma e as características da fibra dessas variedades, que hoje estão restritas a apenas algumas plantações no Nordeste e Mato Grosso. Estimativas iniciais da pesquisa apontam que o algodão pode se adaptar muito bem ao Paraná, tornando-se mais uma opção para os cotonicultores do Estado. (Folha de Londrina).  

Conteúdos Relacionados