ÁGUAS DO AMANHÃ: O Rio Iguaçu na ótica do setor produtivo

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Discutir o real engajamento do setor produtivo na utilização racional e na preservação dos recursos hídricos da bacia do Alto Iguaçu é o principal objetivo do segundo Fórum Águas do Amanhã, que acontece na próxima terça-feira (22/02), a partir das 8h30, no Teatro HSBC, em Curitiba. Na ocasião, representantes da indústria, agropecuária, comércio e serviços vão discutir problemas e soluções comuns para a questão da água.

Cases - "Será feita uma apresentação sobre o uso dos recursos hídricos pelo setor produtivo e de cases e ações bem-sucedidas. Com isso, pretendemos abrir um debate para identificar medidas que devam ser prioridades em relação ao tema", explica Fábio Guimarães Costa, gerente corporativo de Marketing - Promoções e Projetos do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom). O evento, voltado apenas para convidados, é o segundo de quatro encontros técnico-temáticos que estão programados. Além deste e do fórum do poder público, realizado em 2010, haverá um terceiro, no dia 22 de março, reunindo a sociedade civil. O último fórum, com todos os setores juntos, será em maio.

 

Debate - Antonio Ostrensky, coordenador técnico do Águas do Amanhã, ressalta que a água faz parte de todos os processos da sociedade, inclusive da produção de bens. "Para fazer uma roupa, um carro, para que o boi cresça no pasto, para fazer o plástico, o ferro, o papel ou o álcool combustível. As pessoas não enxergam que a água está em todos esses processos", enumera.

 

Responsabilidade - Responsável pela maior parte do consumo de água doce no planeta - quase 70% é gasto apenas com a agricultura, segundo a ONU -, o setor produtivo tem uma cota elevada de responsabilidade na preservação de rios, nascentes e mananciais, sobretudo se levarmos em conta o impacto ambiental gerado pelos efluentes industriais e agrotóxicos, por exemplo.

Compreensão - De acordo com Ostrensky, além de trazer o setor produtivo para o debate, o fórum vai permitir compreender o que realmente está sendo feito por nossos recursos hídricos. Ele alerta para o fato de a água ser um produto cada vez mais caro - inclusive como insumo para o setor agrícola e industrial. "Em alguns países já existe uma limitação do processo de produção em função da disponibilidade local de água. É o que vai acontecer mais cedo ou mais tarde aqui no Brasil e no Paraná. Será que essa indústria já reconhece isso como um problema?", questiona.

 

Coopavel - Laercio Boschini, engenheiro agrônomo da Coopavel Cooperativa Agroindustrial, de Cascavel - que vai apresentar no fórum um projeto da companhia para preservar nascentes -, concorda que a conservação do meio ambiente virou uma preocupação das empresas. "Não tem produção, no campo ou na indústria, sem água de qualidade", resume. Como se não bastasse, os custos para obter o recurso em boas condições tendem a aumentar. Daí a necessidade, segundo Boschini, de mostrar soluções que aliem produtividade e conservação. "Quando você leva isso para o debate, muita gente fica sabendo. É uma maneira de proliferar as ações que são feitas em uma empresa ou comunidade", conclui. (Gazeta do Povo)

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