20ª REUNIÃO DE NÚCLEOS COOPERATIVOS - COPACOL E COROL: HOMENAGEM A ROBERTO RODRIGUES

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O líder cooperativista, ex-presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e atual dirigente da Associação Brasileira de Agronegócio (Abag), Roberto Rodrigues, participou na quarta-feira (21), em Cafelândia e nesta quinta-feira (22) em Rolândia, das duas últimas reuniões de núcleos promovidas pela Ocepar e pelo Sescoop-PR e que contou com a presença de 280 cooperados das regiões Oeste/Sudoeste, Norte/Noroeste. As duas cooperativas anfitriãs, Copacol (Cafelândia) e Corol (Rolândia), aproveitaram a oportunidade para prestar uma homenagem à Roberto Rodrigues com a entrega de alguns presentes, uma placa, medalha e com o plantio de uma árvore. Na sede da Copacol, o Rodrigues plantou um Ipê Amarelo e na sede da Corol, nesta quinta-feira, plantou uma muda de Pau Brasil. Segundo os presidentes da Copacol, Valter Pitol e Eliseu de Paula da Corol, o plantio desta árvore tem um significado muito especial, principalmente pelo fato de Roberto Rodrigues ser um grande defensor do meio-ambiente e o principal líder cooperativista que o Brasil possui na atualidade.

Presenças ? Além de Roberto Rodrigues, participaram destas reuniões de núcleos, o presidente da Ocepar e do Sescoop-PR, João Paulo Koslovski, o diretor-executivo da Ocepar, José Roberto Ricken, os presidentes Valter Pitol e Eliseu de Paula e demais membros da diretoria da Copacol, Corol, lideranças das cooperativas que compõem os núcleos Oeste/Sudoeste e Norte/Noroeste, Gerson Lauermann, da gerência de desenvolvimento e autogestão da Ocepar/Sescoop-PR que fez apresentação do Sistema de Acompanhamento das Cooperativas Paranaenses, Leonardo Boesche, assessor de Cooperativismo e Planejamento, o assessor de imprensa da Ocepar/Sescoop-PR, Samuel Milléo Filho, os vice-presidentes da Ocepar, Valter Pitol, Eliseu de Paula, Alfredo Lang, Valter Vanzella, Ari Antônio Reisdoerfer, José Aroldo Gallassini, José Jardim Júnior e cooperados, que no final do encontro apresentaram diversas sugestões ao Plano de Trabalho da Ocepar e do Sescoop-PR para o ano 2002.

Exclusão social - Na palestra proferida por Roberto Rodrigues nas duas reuniões de núcleos, ele fez um breve relato de sua passagem pela presidência da ACI, que segundo ele, foi uma grande experiência de vida, pois teve a oportunidade de conhecer cerca de 80 países das mais diversas culturas. Rodrigues aproveitou para fazer uma análise do momento em que o mundo vive, principalmente após o atentado terrorista do dia 11 de setembro. Para ele, o episódio é resultado das diferenças sociais impostas pela globalização. "Vejo a globalização como um grande navio, espécie de Titanic, comandado pelas grandes nações (EUA e Comunidade Européia) que navega nos mares da exclusão social. O atentado foi como um grande iceberg no meio no percurso e que acabou danificando este grande navio e os reflexos aí estão. Não podemos imaginar qualquer referência com esta exclusão social, precisamos urgentemente de uma maior distribuição de renda, principalmente dos países mais ricos aos mais pobres, um bom começo é igualdade no mercado agrícola, sem protecionismo ou subsídios. A guerra do Afeganistão é apenas a casca da ferida" salientou.

Não estamos prontos - Para o líder cooperativista, um sinal de que alguma coisa irá mudar nas relações dos países foi a última reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), onde ficou acertada uma agenda para 2002, quando os 144 países debaterão a questão dos subsídios. Na opinião de Roberto Rodrigues, ainda não estamos preparados para as mudanças que virão. Hoje o Brasil tem um custo de produção altíssimo, uma pesada carga tributária e reformas fiscais não realizadas. "Tenho ouvido muito o presidente FHC falar que a única saída do país é exportar ou morrer. É fácil o governo falar. Tem que fazer. Precisamos conquistar mecanismos de credibilidade para podermos exportar, dar segurança tanto aos exportadores como aos importadores. O dia 11 de setembro foi como se fosse meia-noite, agora estamos na madrugada, precisamos nos preparar para o amanhecer de um grande dia que virá", destacou.

Investir mais no homem - Rodrigues ressalta que é preciso criar condições para estes novos tempos e um bom começo é investir mais em Recursos Humanos. "Para mim, o cooperativismo paranaense é um exemplo. Aqui se investe mais no homem, nas pessoas, com a realização de eventos como estes (reuniões de núcleos), em treinamentos de novas lideranças, gestão profissional, em profissionalização. Precisamos ter bons gerentes na hora de comprar e vender, nos preocuparmos com o meio-ambiente, com marketing, com as pessoas. O Paraná está fazendo a sua lição de casa, está no caminho certo!", frisou.

Integração maior - Rodrigues fez questão de ressaltar que o fortalecimento do sistema cooperativista passa por uma maior integração entres as cooperativas, onde as diferenças devem ser deixadas de lado para o desenvolvimento conjunto de todas. "Precisamos cada vez mais vender e comprar em parceria, diminuir custos, despesas, agregar mais valor à matéria prima. Dou como exemplo o que aconteceu na Dinamarca onde, até pouco tempo atrás, existiam cerda de 1.040 cooperativas de leite e hoje existe apenas uma e mesmo assim a produção de leite aumentou. Outro exemplo foi a parceria firmada pela Sadia e Perdigão, duas concorrentes que se uniram para disputar o mercado externo através de uma trading. Precisamos, também no cooperativismo, de parcerias, de alianças estratégicas, seja lá o que for vender ou comprar", disse.

A força do cooperativismo - Rodrigues também ressaltou em sua palestra que o sistema desconhece sua força e que as cooperativas não são uma ilha, não podem ficar isoladas. "Já provamos que unidos somos muito fortes, temos um potencial fantástico. Produzimos hoje 42% da soja e 35% do café no Brasil e não aproveitamos isto. Há 12 anos, quando era presidente da OCB, entreguei ao Congresso um Projeto de Lei Cooperativista. Este projeto está lá até hoje. Sempre digo, a agricultura no Brasil é como a seleção brasileira de futebol, temos os melhores jogadores. O dia em que escalarmos os melhores jogadores ninguém ganha de nós. Precisamos mostrar nossa força, pois só ganhará o mercado, àqueles que estiverem melhores preparados", afirmou.

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