VISITA: Sistema Ocepar recebe embaixador dos Países Baixos, André Driessen

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O embaixador dos Países Baixos, André Driessen, foi recebido, na tarde desta segunda-feira (11/04), na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba. Ele estava acompanhando do adido-diretor de Agricultura da embaixada, Paul van de Logt, do cônsul honorário dos Países Baixos em Curitiba, Robert de Ruijter, do adido de Agricultura na Embaixada, Ramon Gerris, e da adido de Agricultura no Consulado Geral de São Paulo, Frederica Heering. O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, recepcionou os visitantes, juntamente com o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti, e os analistas Alexandre Monteiro e Carolina Bianca Teodoro. O encontro foi ainda acompanhado pelo estagiário da Cooperativa Frísia, Leon Slob, que está desenvolvendo um projeto de pesquisa na Wageningen University and Research, instituição de ensino público localizada nos Países Baixos, anteriormente conhecido como Holanda. Slob é estudante de mestrado em Gestão de Negócios.

Apresentação - Na oportunidade, foi feita uma apresentação ao grupo sobre o cooperativismo paranaense, o trabalho de representação institucional realizado pelo Sistema Ocepar, o Plano Paraná Cooperativo 200 (PRC200) – o planejamento estratégico do cooperativismo paranaense –, e a participação do setor na produção agropecuária do Estado.

Vínculo - Ricken destacou o forte vínculo do cooperativismo paranaense com a cultura holandesa, especialmente na região dos Campos Gerais, onde os imigrantes holandeses estruturaram o movimento cooperativista e criaram a Frísia, a mais antiga cooperativa de produção agropecuária do Paraná, que em 2025 completa 100 anos, além da Castrolanda e da Capal. Em sua avaliação, há grande potencial de ampliação da parceria entre o setor e os Países Baixos, especialmente no ramo agropecuário.

Cooperação - O embaixador André Driessen também espera que os negócios entre as duas partes prosperem muito nos próximos anos. “Em termos gerais, o Estado do Paraná, com o seu grande setor agrícola, é de suma importância para nós. Somos um país com conhecimento de excelência em agricultura e com uma agricultura muito forte também. Acho que, por meio de uma parceria entre o Paraná e os Países Baixos, podemos chegar a uma produção mais sustentável, do ponto de vista ambiental e social e, nesse sentido, penso que há muitas oportunidades de cooperação”, afirmou.

Interesse - De acordo com ele, há grande interesse dos Países Baixos em produtos como grãos e carnes que, em sua avaliação, são produzidos aqui com alto grau de profissionalização. “A Holanda é como um ponto de entrada para produtos brasileiros na Europa. Mas também estamos interessados em diferentes setores, como horticultura e fruticultura, por exemplo, onde pensamos que podemos ganhar muito mais e melhorar essa parceria”, complementou.

Comércio bilateral Brasil x Países Baixos - Segundo o Ministério da Economia, em 2021, o Brasil exportou US$ 9,3 bilhões em produtos para os Países Baixos, com destaque para os óleos brutos de petróleo ou de minerais betominosos crus (13% do total), soja em grão (13%) e minério de ferro e seus concentrados (11%), entre outros itens. Já as importações atingiram o montante de US$ 2,1 bilhões, com os óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betominosos, exceto os crus, representando a maior parcela dos itens adquiridos dos Países Baixos, ou seja, 30% do total, seguido de adubos ou fertilizantes químicos (11% do total). Dessa forma, o comércio bilateral entre o Brasil e os Países Baixos gerou no período uma corrente de comércio de US$ 11,4 bilhões, com saldo superavitário de US$ 7,2 bilhões.

Sobre os Países Baixos - Localizado no noroeste da Europa, os Países Baixos possuem população de 17,44 milhões de habitantes e registraram PIB de USD 912,2 bilhões em 2020. A capital é Amsterdam e o regime de governo é a monarquia constitucional. Lá, são produzidos principalmente cereais, trigo em particular, além de culturas destinadas à ração, como milho e forragem, e batatas. O setor hortícola se concentra em vegetais e flores.

Segundo maior exportador do mundo - Trata-se de um dos maiores exportadores de produtos agropecuários do mundo. Segundo a FAO, em 2021, ficou atrás apenas dos Estados Unidos, somando pouco mais de US$ 100 milhões, em 2021. Da mesma forma, a Universidade de Wageningen ratifica esse posicionamento no comércio global, destacando que os produtos agropecuários representam 17,5% do total das vendas externas dos Países Baixos. Os principais grupos de commodities embarcadas foram os produtos hortícolas (12 bilhões de euros), carnes (9,1 bilhões de euros), produtos lácteos e ovos (8,7 bilhões de euros), legumes (7,2 bilhões de euros) e frutas (7,0 bilhões de euros). Estes cinco grupos de mercadorias representaram 42% do valor total das exportações em 2021.

Importações - Em relação às importações, as gorduras e óleos naturais (7,14 bilhões de euros) tornaram-se o grupo de commodities mais importante em 2021, assumindo a primeira posição anterior que era de frutas (7,07 bilhões de euros). Em seguida, os produtos são: bebidas (5,0 bilhões de euros), oleaginosas e frutas oleaginosas (4,9 bilhões de euros) e produtos lácteos/ovinos (4,3 bilhões de euros). Juntos, estes cinco grupos de produtos responderam por 39% do valor total de importação de bens agrícolas.

Reexportação - Ainda de acordo com a Universidadede Wageningen, aproximadamente 70% de todas as importações agrícolas dos Países Baixos são eventualmente reexportadas. De todas as reexportações, 43% são reexportadas diretamente e 27% são reexportadas indiretamente (após processamento na Holanda). Isto significa que 30% das importações agrícolas permanecem lá. Dessas importações restantes, 17% são destinados ao consumo direto e 13% são consumidos após o processamento na Holanda. Nos últimos cinco anos, as reexportações aumentaram ligeiramente: de 68,5% em 2015 para 70,0% em 2020. Destacam-se como produtos de reexportações após processamento: grãos, animais vivos, cacau e preparações, gorduras e óleos, sementes e frutas oleaginosas.

 

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