VIGILÂNCIA: Plantão tenta conter o furto de milho verde

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Com a época do milho verde nas lavouras da região de Campo Mourão (centro-oeste), muitos agricultores estão perdendo o sono ou até mesmo deixando de lado os afazeres da propriedade para cuidar da plantação e evitar o furto das espigas. Os ataques acontecem principalmente à noite em milharais às margens das rodovias ou próximos a vilarejos. Parte das espigas é deixada para trás por ladrões apressados ou que não se importam em desperdiçar o alimento.


"Via-sacra" - O agricultor Juvercindo Gaio, de 43 anos, conta que no período em que a espiga de milho fica boa para o cozimento, ele e seus familiares são obrigados a passar mais de quatro horas por dia fazendo "via-sacra" no milharal. "No período da manhã, fazemos uma caminhada em torno da plantação e, ao final da tarde, outra. Temos de estar de olho bem aberto, senão eles causam prejuízos", diz Gaio, que mora em uma propriedade próxima ao bairro Jardim Cidade Nova, em Campo Mourão. "Em um alqueire onde a média é de 300 sacas, se não houver cuidados, a produção cai para 200 sacas", afirma Gaio, que não se importa em dar algumas espigas a quem pede. "O que não aceitamos é o roubo na plantação." O agricultor conta que recentemente fez a doação de algumas espigas a um homem que pedia milho verde na propriedade. "No outro dia ele cobrou pelas pamonhas que me vendeu e dois dias depois foi flagrado ‘levando' algumas sacolas de milho verde embora", reclama.


Prejuízo - O agricultor Nelson Luiz de Campos, de 50 anos, já perdeu as contas das palhas de milho encontradas às margens da estrada rural próxima a sua propriedade. "Eles quebram os pés, levam as espigas e deixam a sujeira na estrada", lamenta Campos.


Vigilância  - Em Iretama, na Região Centro-Oeste do estado, os agricultores, além de estarem comprando fogos de artifício, estão contratando homens para cuidar das plantações próximas de rodovia. "Os fogos de artifícios são soltos à noite para assustar quem está com a sacola na mão", explica um agricultor que não quis se identificar.


Segurança reforçada - Ele afirma que, por conta dos furtos no milharal nos últimos dias, foi obrigado a contratar seis homens, que circulam com motos nos 90 alqueires de milho. "Aqueles que fazem escala à noite carregam um cassetete, fogos de artifício e uma espingarda de sal grosso", diz o agricultor, em tom de brincadeira. "Na safra passada, um caminhão carregado com milho verde foi flagrado no meio do milharal. O motorista pagou pelo estrago e foi obrigado a descarregar tudo", relata o produtor.


Produção - De acordo com o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura do Paraná (Deral) Edílson Souza e Silva, a área de milho na região de Campo Mourão é de 52,8 mil hectares e a estimativa de produção chega a 8,3 mil quilos por hectare. (Gazeta do Povo/Caminhos do Campo)

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